segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Revolta no STF, mas omissão no BC

Acho que devemos todos cobrar dos nossos sindicatos, também da direção da casa, a revolta pelo não cumprimento de mais um acordo fechado na Mesa Setorial de Negociação, que resultou em um “pcr” construído conjuntamente pelo MPmog, BC e Sindicatos.

Segundo nossos representantes (tenho dúvidas em relação a esta afirmação), foi destruído, mais uma vez, pelas mãos de um único agente de segundo escalão da Casa Civil, detentor de SUPERPODERES, e dono da verdade absoluta em relação à necessidade de reestruturações nas carreiras no setor público federal. Será que apesar da posição estratégica do BC brasileiro no cenário nacional e internacional estaremos condenados pela eternidade a ser uma instituição que continuará com uma carreira de especialista de uma perna só? Mesmo possuindo dois cargos que contribuem de maneira inequívoca para o sucesso das estratégias corporativas!

Sobre esta questão, muitos estão enxergando o futuro pelas lentes do presente! Gostaria de lembrar-lhes que uma carreira desprestigiada impedirá novos avanços em nossas próximas campanhas salariais, pois o insucesso na implantação do projeto de modernização da carreira de especialista representa a fragilização de toda a carreira e a quebra de confiança nas instituições representativas dos servidores (independentemente da sigla que utilizem) e também uma quebra de confiança na direção da casa, que apoiou a realização do GT do PCR e assinou, junto com o MPMog, a nota técnica defendendo esse documento.

Lamentável a falta de reação de entidades sindicais, que possuem a delegação da categoria e recebem contribuições para fazer isso. Também é lamentável a omissão de colegas da mesma carreira, pois na última assembleia em Brasília deixaram de comparecer. Talvez por acreditarem que a modernização da carreira de especialista não lhes dizem respeito. PURA CEGUEIRA! Aliás, isso me leva a refletir sobre o filme baseado no livro do José Saramago, “Ensaio Sobre a Cegueira”. A questão central é que as pessoas infectadas passavam a ver as coisas como uma superfície leitosa, que lentamente se espalhou para toda a população e o maior problema é que depois todos acabaram lutando por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Será que vamos deixar isso acontecer no BC, a exemplo do que já ocorre em outras carreiras públicas? Os técnicos ao longo dos anos estão dando sua contribuição para que isso seja evitado, já está na hora de nos unirmos verdadeiramente para construirmos uma carreira legitimamente inclusiva!

Só o futuro irá dizer qual será o impacto para o BC caso a modernização da carreira de especialista deixe de ser implementada, especialmente em futuras mobilizações por melhores condições de vida e de trabalho. E também como isso irá impactar a tão sonhada unidade do funcionalismo da casa e qual a implicação disso na implementação das políticas de gestão de pessoas, dentre elas a de Gestão do Conhecimento e de Gestão por Competências. Lembro a todos que o mundo está em crise e não existe certeza de que ela não nos atingirá em breve. OU seja, o bom salário de hoje poderá não se sustentar no amanhã. Se isso ocorrer, as carreiras fortalecidas se sairão bem no processo, as outras nem tanto. Já vivemos este filme no passado, parece que estamos nos esquecendo da lição aprendida.

Afora isso, dizer ouvir dos representantes sindicais que foram surpreendidos ou que houve uma articulação de bastidores para enfraquecer o tal representante do MPmog é uma piada! Já que isso já havia ocorrido pelo menos 3 vezes antes, em acordos rasgados vergonhosamente em outras campanhas salariais.

Aliás, sobre omissão, a falta do Sinal na última Assembleia da categoria em Brasília foi percebida. A desculpa desta vez foi se recusar a fazer assembleia conjunta com os demais sindicatos. IMAGINO QUE OS TÉCNICOS FILIADOS AO sindicato DEVEM ESTAR AGUARDANDO UMA ASSEMBLÉIA ESPECÍFICA E EMERGENCIAL DAQUELA ENTIDADE PARA DISCUTIR AS AÇÕES A SEREM IMPLEMENTADAS PARA FORÇAR O GOVERNO/BC A CUMPRIR SUA PARTE DO ACORDO. Afinal, com o aval dele saímos de uma greve com a promessa da modernização da carreira e 60% do salário do analista e, ao que tudo indica, o que ocorrerá é que acabaremos sem os nosso 50%. Ou será que irão discutir o assunto numa votação eletrônica e depois encaminhar para as redes sociais o resultado?

Se nada ocorrer nos próximo dias para reverter a situação, acho que no futuro será melhor que tanto técnicos e quanto analistas economizarem seu dinheiro suado da contribuição sindical na poupança, que está pagando 0,6008 no período de 01/09/2011 - 01/10/2011.

Enildo Amaral

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