sexta-feira, 2 de setembro de 2011

De olho nas redes



A Folha de São Paulo publicou manchete escandalosamente maldosa sobre o assunto (Sob pressão, BC reduz juros). Quando reduz juros, eles sempre praguejam contra e insinuam que o corpo técnico está refém do Planalto. Isso tudo sem apresentar estudos técnicos que embasem seus argumentos, mas somente regurgitando o bordão da volta da inflação. Mais isenção de interesses, impossível!
E são esses mesmos "analistas isentos" que não se cansam de aplaudir o Governo quando este "tranca o cofre" e decreta aumento zero aos servidores públicos, em nome da "austeridade". Para eles, certamente seria uma dádiva que a indesejável ação reguladora e fiscalizadora sobre o mercado desaparecesse em consequência da evasão de servidores e da não reposição de quadros... de ingênuos, eles com certeza não tem nada!

Ricardo Lopes Pinto


Redução Acertada dos Juros

Até agora, as maiores críticas à redução das taxas de juros que li foram de economistas ligados a bancos. Faz todo o sentido: o BC reduziu o lucro dos patrões deles... Para mim, o BC agiu corretamente. Uma vez que há a iminência de uma crise fortíssima e que o governo já está começando a fazer ajustes fiscais com o intuito de se preparar para um cenário internacional bastante adverso, melhor começar a gradativamente descer os juros.

Fábio Faiad

ESTADO MÍNIMO E MERCADO MÁXIMO: COMO FICAMOS NÓS, OS SERVIDORES PÚBLICOS?

O Brasil avançaria muitos anos se as pessoas (cidadãos), na sua maioria, entendessem as implicações da “opinião dos mercados” e de sua luta pelo “Estado Mínimo”.
O dito “mercado” quer liberdade para arriscar e lucrar, irrestritamente. Sem a “intervenção” perniciosa do Estado.
Nessa hora o “mercado” quer Estado Mínimo; e todos ficam sabendo. Os especialistas econômicos repercutem e justificam.

Assumindo riscos cada vez maiores, lucrando e distribuindo dividendos e bônus milionários e também Bilionários (é fato, não é força de expressão), forçam a engrenagem dos mercados até o ponto de ruptura. Aqui ocorrem os (pouco) conhecidos e muito comentados casos das “bolhas” e seus cansativamente repetitivos “estouros”.
Nessa hora o Estado é máximo; paterno; salvador. E muito pouco se critica; são raros os protestos dos analistas econômicos.

Ricardo Lopes coloca o dedo na ferida:
“Queremos Estado mínimo” gritam os tubarões do mercado financeiro; os grandes grupos financeiros, os grandes aplicadores, os seus analistas econômicos contratados (formal ou informalmente).
Qual é o sub-texto nunca externalizado pelos grandes especialistas?
Estado mínimo, com servidores públicos desmotivados, endividados (correndo atrás de empréstimos para pagar dívidas pessoais), seria apenas um “efeito colateral”.

Mas não sejamos ingênuos. Quanto mais fragilizado, menos o Banco Central pode regulamentar, fiscalizar e coibir a atuação dos tubarões.
Os tubarões clamam pelo Estado mínimo: fraco, omisso, incompetente. Que não atrapalhe o “grande jogo” dos especialistas em finanças.
Uma face muito próxima dessa dialética:
O “mercado” quer um Banco Central independente. Ou seja, um BC que faça o que ele exige, que aumente os juros e os seus rendimentos.
Um BC independente do setor produtivo, dos assalariados, dos contribuintes, dos cidadãos.
Para poder ficar dependente apenas dos tubarões.
Esses tubarões engordam com a anorexia do servidor público dos órgãos reguladores e fiscalizadores.
Esse é o grande jogo que precisa ficar claro para nós.

Jose Paulo Vieira

MUITO PARA POUCOS

Meio ponto percentual na taxa SELIC, representa quase 5 bilhões de Reais em economia, só no pagamento da dívida pública interna atrelada à SELIC. Afora aquela que, mesmo não sendo atrelada à SELIC, tem seu “viés” altista espelhado pela SELIC. Ou seja, redução de juros É ECONOMIA para o Governo.

Os jornalistas econômicos (isentos, mas livres para serem seduzidos por lobbies), como Miriam Leitão e Carlos Sardenberg (que são jornalistas, não economistas), ficaram frustrados e furiosos com a baixa de juro. Não esperavam tamanha façanha do BC. Assim, buscam argumentos ridículos e viciados para mostrar que a taxa SELIC deve ficar alta. Por eles, subiria, sempre. Ficar refém do MERCADO FINANCEIRO pode, mas do PLANALTO não pode.

Ricardo Luis Piccoli


BC NÃO ESTÁ AQUI PARA AGRADAR A NINGUEM


Que gosta de juros altos acusa falta de autonomia quando cai, quem gosta de juros baixos acusa submissão aos mercados quando sobe. Os analistas são tão repetitivos em suas tendências que fica fácil e até enfadonho identificá-los.

O antigo presidente do Banco Central dizia que a Instituição não está aqui para agradar a ninguém, pelo visto nem ao “mercado”.

MAX MEIRA

BC ERROU

Por mais que o BC tenha considerado que errou (sim, porque sair de uma alta de 25 pra corte de 50, houve um erro grotesco), não cabe a uma autoridade monetária fazer um movimento tão brusco, um cavalo de pau praticamente na economia. O certo teria sido não se fazer nada, e conforme a gravidade, passar na ata que o cenário ganhou uma deterioração aguda, e que seria com foco nisto que tomaria sua decisão no Copom seguinte. Ao agir dessa forma, passou duas mensagens, igualmente alternativas e complementares, a de que o BC baixou a cabeça para a pressão da Dilma e/ou que o quadro econômico aqui no Brasil tá mesmo muito ruim, e assim, o empresário atento, irá interromper seus investimentos e reduzir a produção, se preparando pro pior.
Ou seja, o Copom conseguiu dizer que o BC tem isenção política NENHUMA (ao contrário do título do seu texto) e ao mesmo tempo, pode ter desencadeado um agravamento da queda de nossa atividade, incutindo no empresariado um temor que antes não se tinha. “Parabéns”, BC.

Rodrigo Claessen de Melo


Perfeita a mensagem do colega Rodrigo Claessen de Melo!!!! Sintetizou com perfeição o que é a economia. Não se faz mágica. Não se joga para a plateia. A economia tem que ser conduzida com responsabilidade. Parabéns!

Cicero Ricardo Maximo Bezerra

2 comentários:

  1. Bom, vejo que alguém aqui resolveu postar meu comentário na rionet, mas se 'esqueceu' de botar a primeira parte igualmente importante, a qual mando aqui.
    "Prezados colegas, primeiramente gostaria de dizer que concordo com vocês numa linha base: SIM, é a produção que leva ao desenvolvimento, ao emprego, ao crescimento do país.

    Mas, discordo que o principal entrave da PRODUÇÃO seja o juros. Muito mais maléfico são os IMPOSTOS, que em muitos casos inviabiliza até mesmo o surgimento de muitos negócios. A principal razão para que aqui boas ideias depois não se tornem grandes empresas como foi o Google, a Amazon, a Apple só para mencionar os principais exemplos, é porque a nossa carga tributária mata toda boa iniciativa. E o motivo dessa enorme carga tributária é para suprir os gastos deste governo voraz, que consome 40% do PIB, concorrendo com as empresas e famílias na aquisição de bens, serviços E RECURSOS financeiros, elevando a taxa de juros média da economia brasileira. Encurtando a história, como demonstrei rapidamente aqui, pra baixar juros, tem de reduzir gasto. Não há outro caminho sustentável no longo prazo(...)"

    Rodrigo Claessen de Melo

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  2. Rodrigo e Cícero

    Por acaso, após passar quase 1 ano após seu comentário (acima), vocês mantêm a mesma opinião de que o "BC errou" ao baixar os juros "tão bruscamente"?

    Pois é, no Brasil (e no mundo), especialmente na mídia, há economistas de todos os calibres. Os que, à época, defendiam a manutenção dos juros altos (muitíssimos deles grandes jornalistas e até ex-diretores do BC) eram os mais "descalibrados". E o tempo assim o provou... Ou não? Os descalibrados que promoviam o "bom senso" em manter os juros altos. Paradoxal, no mínimo....

    OBS: a história (diga-se, a mídia) é generosa com aqueles que fazem previsões corretas (vide Roubini). Será que é porque esses são tão escassos? Mas, ao mesmo tempo, é tão complacente com aqueles que erram. Será que é pelo fato de que esses são em número tão grande?
    Assim, o Tombini deveria ser colocado no primeiro rol.... e vocês, no segundo....

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