quarta-feira, 29 de agosto de 2012

URGENTE – BC ISOLADO : Receita convoca assembleias para aceitar acordo do Governo (teria sido resolvida a questão do adicional para os que trabalham em fronteira).





URGENTE – FATO NOVO:

Receita coloca categoria em estado de assembleia permanente para, a qualquer momento, voltar a deliberar sobre a proposta do Governo.

Como teria sido resolvida a questão do adicional para os que trabalham em fronteira, as assembleias deverão receber o indicativo de “aceitar a proposta do Governo”.

Se assim o for, o BCB ficará isolado... (delegados da PF já aceitaram).

Estrela – Starnet.


Segue matéria:


http://www.ocabrestosemno.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4442&catid=3&Itemid=9

Policiais rodoviários federais aceitam reajuste do governo e encerram greve



http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/08/policiais-rodoviarios-federais-aceitam-proposta-e-encerram-greve.html
29/08/2012 11h30 - Atualizado em 29/08/2012 14h42

FenaPRF acatou plano com reajuste de 15,8% e reestruturação da carreira.

Policiais devem retomar trabalho nos postos rodoviários ainda nesta quarta.

Policiais rodoviários federais fizeram acordo com o governo e decidiram, na noite desta terça (28), encerrar a greve deflagrada no último dia 18. Eles aceitaram o reajuste de 15,8% em três anos e um plano de reestruturação da carreira.

O Ministério do Planejamento confirmou a assinatura do acordo com a categoria. De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), os policiais devem voltar ao trabalho nos postos das rodovias nesta quarta-feira (29). A FenaPRF abrange os 24 sindicatos da categoria e representa cerca de 9 mil policiais.

Entre as reivindicações atendidas relacionadas à reestruturação da carreira estão, segundo a federação, o reconhecimento do nível superior para o cargo de policial rodoviário federal; o fim da limitação para a progressão na carreira, atualmente restrita a 50% da categoria; e a alteração da nomenclatura das classes na carreira de policial rodoviário federal - as novas classes passarão a ser denominadas primeira, segunda, terceira e classe especial. (...)


Planilha permite orientar os cálculos para que os negociadores saibam qual novo índice e em qual prazo exigir para permitir à categoria superar a proposta rejeitada




Prezados,

Para facilitar o cálculo de quanto deve ser o reajuste a ser exigido nas negociações de 2013, eu (Márcio Antônio Estrela, filiado ao Sinal) preparei a planilha anexa que compara os efeitos financeiros da proposta rejeitada com outras possíveis propostas.
Friso que o objetivo da planilha é apenas o de orientar os cálculos para que os negociadores saibam qual novo índice e em qual prazo exigir para permitir à categoria superar a proposta rejeitada

Trabalhei com a suposição de que a categoria, se tivesse aceito a proposta do Governo, ficaria sem quaisquer reajustes, não se mobilizaria e não teria reajustes a partir de janeiro de 2015.

As partes em amarelo podem ser manipuladas (inflação e índice de reajuste).

Abaixo sairá como resultado o mês a partir do qual uma nova proposta de reajuste passará a compensar a rejeição da atual.

Apenas a título de exemplo, supus uma inflação de apenas 4,5% (se for maior, piora).

¾ Assim, ao rejeitar 15% em 3 vezes, se a categoria fizer uma supermobilização e conseguir arrancar do Governo 24% (24% em 3 vezes) a partir de 2014, a categoria passa a ter vantagem frente à proposta do Governo a partir de setembro de 2016.

¾ Ao rejeitar 15% em 3 vezes, se a categoria fizer uma superhipermegamobilização e conseguir arrancar do Governo o dobro (30% em 3 vezes) a partir de 2014, a categoria passa a ter vantagem frente à proposta do Governo a partir de janeiro de 2016.

Manipulem à vontade.

Estrela – Filiado ao Sinal




A Receita deve aprovar a proposta dos 15,8% amanhã. (diferente da informação de ontem)

A ajuda de fronteira deve ser liberada para eles. POR ISSO ELES DEVEM RECEBER O INDICATIVO PARA A APROVAÇÃO.
AGU Já APROVOU a proposta (diferente da informação de ontem)
O BANCO CENTRAL CORRE SÉRIOS RISCOS DE FICAR ISOLADO!
Se ficarmos isolados, a chance de aumento será nula (nem 15,8%) porque com a lei anti-greve que já está na CCJ será quase impossível fazer greve no seviço público. Não adianta falar de pressão na copa das confederações se o conceito de greve entra na ilegalidade.
São informações recentes que exigem que nós como categoria façamos uma nova assembleia para nos ajustar aos novos acontecimentos.
O Cenário mudou, temos que nos unir novamente para discutir esse novo panorama.
1) Chances altíssimas de a receita aprovar e ficar ainda mais descolada do banco

2) Lei tramitando a toque de caixa para acabar com o direito de greve no funcionalismo.
Repito, votamos ontem com a premissa de que 1) e 2) não existiam. E 1) e 2) fazem toda a diferença.

Se o sinal e os outros sindicatos não convocarem uma nova assembleia amanha, vou montar um grupo e passar em todos os andares da sede para colher assinaturas com o fim de fazermos uma nova assembleia.


Convoco os colegas das regionais para fazerem o mesmo.

Gostaria de um retorno para saber se os colegas pensam o mesmo.
filipebacen






Governo diz que 90% dos servidores aceitam proposta de reajuste | Manchetes | Reuters

Governo diz que 90% dos servidores aceitam proposta de reajuste | Manchetes | Reuters

Greve dos servidores reflui e só cinco categorias ainda não fecharam acordo - Valor Econômico



Valor 29/08


Até a noite de ontem cerca de 30 categorias do serviço público haviam indicado que aceitam o reajuste salarial de 15,8%, em três anos, oferecido pelo governo federal, informou o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Das 36 categorias que estão em negociação salarial, cinco recusaram a proposta: os servidores do Banco Central (BC), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Superintendência de Seguros Privados (Susep), os agentes da Polícia Federal e os auditores fiscais da Receita.

Os acordos começam a dar um desfecho ao movimento grevista que começou em maio, com as universidades, e foi tendo adesões até este mês.

A presidente Dilma Rousseff, depois de endurecer as negociações, decidiu fazer um gesto para amenizar as insatisfações do funcionalismo. Para as categorias que chegaram a um acordo, o governo vai antecipar o pagamento dos salários dos grevistas que tiveram o ponto cortado devido às paralisações, antes de as horas de trabalho serem repostas. Haverá um banco de horas para que os servidores possam "pagar" as horas devidas.

Cinco categorias já haviam assinado acordos com o governo ontem: os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), duas da área educacional (docentes e técnicos administrativos de universidades federais) e a Polícia Rodoviária.

Os fiscais federais agropecuários do Ministério da Agricultura voltaram atrás e aceitaram, na noite de ontem, o reajuste oferecido pelo governo. A categoria assinará hoje à tarde o acordo, informou o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Wilson de Sá. A greve dessa categoria foi uma das que mais afetaram o movimento do comércio exterior.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) também aceitou a proposta do governo. O sindicato reúne 18 categorias e 80% dos funcionários federais e deve assinar hoje o acordo.

O impacto estimado na folha salarial em três anos é, até o momento, de R$ 11 bilhões - R$ 7,1 bilhões para o bloco educacional e R$ 3,9 bilhões para as categorias representadas pela Condsef.
Na semana passada, Mendonça estimou em cerca de R$ 19 bilhões o impacto total dos reajustes para todas as categorias.

Há, porém, algumas que ainda não confirmaram adesão à proposta oficial, embora estejam na contabilidade do Planejamento. São elas: os servidores do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, os defensores públicos federais, os funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e os técnicos-administrativos da Polícia Federal.

Os servidores do Senado Federal também fecharam ontem um acordo de reajuste com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), igual ao do Poder Executivo: 15,8% de aumento, parcelado em três anos a partir de 2013. O impacto do reajuste dos servidores do Senado será de R$ 132 milhões em 2013 e de R$ 3,3 bilhões ao longo dos três anos. Serão beneficiados 3.182 funcionários efetivos e 3.133 comissionados.

Sinal de infelicidade




Alguém deve ter dito, tendo por atributo apenas a racionalidade e a clareza de raciocínio: “O que interessa são os fatos”.

Como se depreende do quadro acima, 37% dos servidores dessa valorosa autarquia estão divididos entre aceitar ou não a proposta oferecida pelo governo, donde emerge o primeiro fato incontestável:

a minoria está dividida.

A divisão de pequenas porções em partes ainda menores é um processo conhecido como fragmentação e o resultado final todos sabem; é o pó.

Quando a organização sindical perde a sua função aglutinadora ela, na verdade, está perdendo a própria razão de sua existência. É necessário lembrar que muitos avessos a exposições e falatórios em assembleias elegem pessoas aptas à negociação de seus interesses por representação, formalmente através da filiação, ou não.

Logo, se a posição dos dirigentes do órgão sindical é para um determinado sentido , esse é o que deveria prevalecer,  cabendo aos descontentes a discussão democrática nos limites da organização para eventual correção do rumo, lembrando sempre que estamos todos no mesmo barco, o que é outro fato.

E ainda mais um fato para se ter em mente é que, em se tomando o timão do timoneiro não restará a ele onde ir senão ao banheiro para lavar as mãos.

Ronaldo Pignataro


PROJEÇÕES PARA O FUTURO


Alguns colegas questionaram se a planilha apresentada não estaria desconsiderando os ganhos futuros acumulados a partir de 2018 de um futuro reajuste maior.

Antes de tudo, como frisado, o objetivo da planilha é o de mostrar a partir de quando uma “eventual proposta futura maior conseguida com uma superhipermegacampanha de mobilização” supera a rejeitada. A partir desse ponto, se não houver novos reajustes, passa-se a ter ganhos com a “eventual proposta futura maior conseguida com uma superhipermegacampanha de mobilização”.


A planilha “apenas” mostra o ponto a partir do qual os benefícios de uma proposta supera a de outra.

 

Ou seja:

 

· Se a categoria conseguir o dobro, 30% em 3x, a partir de 2014: a partir de janeiro de 2016 a nova proposta compensa a perda da recusada. E a partir daí, “é só alegria”!!! Mas até dezembro de 2015 foram 24 meses de prejuízo!

· Se a categoria conseguir 24% em 3x a partir de 2014: a partir de setembro de 2016 a nova proposta compensa a perda da recusada. E a partir daí, “é só alegria”!!! Mas até agosto de 2016 foram 32 meses de prejuízo!


· Se a categoria conseguir 21% em 3x a partir de 2014: a partir de agosto de 2017 a nova proposta compensa a perda da recusada. E a partir daí, “é só alegria”!!! Mas até julho de 2017 foram 43 meses de prejuízo!


· Se a categoria conseguir 18% em 3x a partir de 2014: a partir de 2023 (estimado- a data extrapola minha planilha) a nova proposta compensa a perda da recusada. E a partir daí, “é só alegria”!!! Mas até 2022 foram anos de prejuízo!



Realmente, se essas forem as 3 últimas parcelas de reajustes que os servidores do BCB terão pelo resto de suas vidas funcionais, a partir das datas marcadas em amarelo acima (e resultante na planilha), os servidores passarão a acumular benefícios crescentes! Oh yeeesss!!!


Mas eu não acredito que esta seja a ÚLTIMA campanha de mobilização no BCB...



Esse benefício da “eventual proposta futura maior conseguida com uma superhipermegacampanha de mobilização” desconsidera mobilizações futuras – iguais às que se pretende conduzir após o carnaval de 2013 (que, no caso da proposta rejeitada, poderia ser iniciada já a partir de janeiro de 2015) – por novo reajuste que faça com que a “diferença favorável a se realizar no futuro”... SIMPLESMENTE NUNCA SE REALIZE!!! E, aí, foram só os prejuízos!


Estrela – filiado ao Sinal

Mãe Diná previu que negociação em 2013 será mais facil.


O que está votado, está. Mas confesso que até agora não sei muito bem o que aconteceu... É que não consigo encontrar uma explicação LÓGICA para a rejeição. É só observar os números........

A não ser que haja alguma Mãe Diná entre nós ou que seja uma espécie de delírio utópico coletivo que tenha previsto que o Governo será "mais bonzinho" para aqueles que rejeitaram a proposta a ponto de fazer uma outra para começar a ser realizada em 2014, que seja TÃO, MAS TÃO boa, a ponto de cobrir IMEDIATAMENTE as perdas que teremos em 2013... Ah, e claro, considerando que será tão boa que nunca mais precisaremos nos mobilizar... E por falar em mobilização no BC... Alguém realmente acredita que conseguiremos fazer algo forte o suficiente? Ou ficaremos no vácuo da possibilidade de outras carreiras?

Enfim... Tb só lamento!---

Camila Santos Loures

Proposta mereceria outra interpretação

Acho que a aceitação da proposta mereceria outra interpretação: garantir 5% a partir de janeiro de 2013 e apenas isto. Em 2013, continuamos a luta. Seria também uma forma de sinalizarmos ao governo que não nos submetemos a reajuste "camisa de força", não nos submetemos a acordo "aceite agora e cale-se pelos próximos 3 anos", pois não somos crianças que devem ser disciplinadas: somos adultos. E como adultos, temos autonomia de decidir e lutar pelo que considerarmos adequado.

Denise Alves


Sinal dividido

Infelizmente o Sinal se dividiu e deixou o SintBacen defender com veemência e até destempero a posição que os técnicos tomaram separadamente EM ASSEMBLÉIA EXCLUSIVA NO DIA ANTERIOR!



Messias Antonio Vilalta


Reposição salarial: entre o risco e a certeza, no caso, prefiro assumir o risco

Entre o risco de uma negociação ruim em 2013 que, talvez, implique algum prejuízo futuro e a certeza da péssima “negociação”, hoje em pauta, que consumará prejuízos dos últimos exercícios e, inexoravelmente, implicará futuros prejuízos, pois somente teremos efeitos financeiros de um próximo reajuste em [talvez, quem sabe] 2017, sem falar na possibilidade de o Governo não cumprir sua parte no “acordo” (risco que também existe)... Fico, sem qualquer resquício de dúvida, com o risco [o primeiro deles].

Argumentos? Além dos implícitos acima, adoto os que foram elencados no Boletim Eletrônico – SinTBacen - nº 33, de 27 de agosto de 2012, com o qual também concordo não haver espaço nem momento para greve por tempo indeterminado.
A peleja é longa, exige persistência e paciência; mas é viável, não havendo bons motivos para rendição prematura.

Diógenes Lopes da Silva

Aceitar um reajuste que não corrige a defasagem ou deixar defasar mais para brigar?


Se não aceitarmos vamos ficar mais defasados e a briga será mais inglória, vi uma proposta de não aceitarmos e fazermos greve após o carnaval de 2013, terrível essa proposta.

Minha opinião, se aceitarmos agora, o que nos impedirá de lutarmos por alguma melhoria?

A equiparação com a Receita, da qual estamos 5% abaixo, já seria um motivo para brigarmos, 5% é ruim, mas melhor do que nada! Aceito!!!!!!!!!!
Como diria nosso amigo Miranda recém aposentado, antes fanhoso do que sem nariz,

Messias Antonio Vilalta


Indignação levou ao embotamento do raciocínio!

Via Rionet

A rejeição da proposta nos deixa com o salário congelado até 2014 e para termos algum ganho em 2014 teremos que ter no mínimo 15% de aumento em 2014, alguém acha que esse governo nos dará 15%? Um analista com salário inicial de 12mil deixará de receber em 2013 R$ 7.200,00, vejam um calculo simples abaixo. Houve um fato errado na assembleia de ontem, os técnicos fizeram uma assembleia anterior e fecharam questão contra, ou seja teríamos que ter uma assembleia dos analista anterior para também fechar uma questão.

Conclamo os Analistas a convocarem uma assembleia até de sexta(ultimo dia para incluir no orçamento de 2013), para votarmos a aprovação do aumento apenas para os Analistas, uma vez que os técnicos já fecharam questão contra a aprovação e influenciaram parte dos analistas na assembleia de ontem, pegando o pessoal pela emoção e indignação. O Maranhão fala em greve após o carnaval de 2013, ele aposentado vai fazer greve de que, de fome?


  Messias Antonio Vilalta 

FALTA SINTONIA

Mais uma vez a direção do Sinal Nacional demonstra que não está em sintonia com os anseios do funcionalismo. Penso que é hora de reavaliar suas posições, ver onde erraram e entenderem que o que ocorreu hoje é apenas o início de uma campanha dura que temos à frente e que se faz necessária uma liderança antenada com esses anseios. Erraram feio.



Mauro Gondim Freire


Dividir para reinar.





Alguns, talvez, achem absurdo.

Mas eu só consigo achar triste o comportamento de alguns colegas do banco depois de se considerarem derrotados.

Considerar o raciocínio embotado para a maioria pela rejeição da proposta e acusar de manipulação dos técnicos para a não aprovação da proposta é uma atitude desagregadora, exatamente o que o governo quer.

Agora vamos ficar trocando acusações.

Qual será o próximo passo?

Talvez os colegas de Brasília queiram formar uma categoria única com Porto Alegre e, dessa forma, considerar que aceitam os 15,8%, deixando na outra categoria os que rejeitaram a proposta? Talvez votos separados para analistas e técnicos?

Que tal separar também os comissionados? Ou os que usam chapéu?

Acho que não.

Manipulação é escrever que concordamos com o congelamento do salário até 2014. Isso não foi dito em momento algum.

O Banco Central do Brasil decidiu por maioria incontestável não se vender por pouco, não aceitar qualquer coisa.

Recusamos agora por considerar insuficiente e errado e, desta forma podermos voltar sem receio a pleitear o nosso direito no futuro.

Os servidores do Banco Central não tiveram medo.

Não são R$ 600,00 que farão a diferença no orçamento.

Mas aceitar essa proposta mostraria que somos pequenos e mesquinhos, exatamente como o governo nos vê.

Aceitar agora para continuar a luta é a verdadeira manipulação. Ninguém dará ouvido a uma luta salarial no próximo ano se aceitarmos agora.

Ouvi uma história muito interessante certa vez.

Um general nazista de um campo de concentração anunciou que mataria um prisioneiro por dia e que a escolha de quem seria morto seria do grupo. O grupo se recusou a indicar um prisioneiro para ser morto. O general, então comunicou que se ele tivesse que escolher, escolheria dois prisioneiros e não somente um. O grupo continuou se recusando a indicar o prisioneiro a ser morto. Quando questionado, um dos líderes disse: "Nenhum de nós compactuará com esse assassinato. Ele pesará somente sobre os ombros do executor."

Eu não vou escolher o caminho mais curto, mais fácil ou menos doloroso. Eu quero escolher o caminho certo.

E para essa escolha eu conto com o bom senso da maioria, acataria qualquer decisão e lutaria por ela, na esperança que tivesse feito a escolha certa.

Sergio martins Rosa
Mecir - RJ


SINALBH INFORMA Nº 173 – 29/8/2012
Categoria indica o caminho

Na Assembleia Geral Nacional de ontem - por 1024 votos, contra 575 e 27 abstenções - a categoria passou por cima do indicativo do Sinal e rejeitou a proposta do Governo de recomposição salarial para os servidores do Banco Central, de 15,8% escalonados em 3 parcelas de 5%, para 2013, 2014 e 2015. Um índice de rejeição de 63%, considerados os 1.626 votantes, tendo a proposta sido aprovada em apenas uma das dez capitais onde o BC se encontra instalado.

Proposta essa que ela havia considerado insuficiente na semana passada, por não lhe atender minimamente nos 3 pilares da atual campanha salarial (recomposição dos salários, modernização da carreira de especialista e o seu posicionamento no topo do Executivo), sequer na vertente da reposição, uma vez que o índice oferecido pelo Governo não repõe perdas passadas e ainda impinge danos futuros, além de manter a vergonhosa defasagem salarial dos servidores ocupantes do cargo de técnico.

Uma decisão que traz a reboque uma grande responsabilidade para a própria categoria, sobretudo em termos de mobilização, e impõe uma enorme agenda de trabalho ao Sindicato. Foi como se a categoria fizesse um mea culpa pela sua participação incipiente na atual campanha salarial, assumisse o ônus de tal procedimento e apontasse para a sua dignidade profissional e a valorização de sua carreira, em contraponto ao massacre a que foi submetida pelo próprio Governo, que em momento algum se dispôs a negociar e ainda expôs os seus servidores a uma campanha hedionda na mídia, com reflexos extremamente negativos junto à população.

BH fez uma assembleia numerosa e de grande maturidade política, em que as intervenções da Plenária focaram nas análises das consequências da aceitação e da rejeição da proposta, sendo que ambas impunham custos e danos à categoria, a primeira ainda mais que a segunda, tendo essa, no entanto, a capacidade de lhe livrar das amarras e mordaças condicionadas pelo Governo. Na Regional, a rejeição à proposta se deu por 98 votos, contra 30 e 2 abstenções.

A atual campanha salarial, que o Governo pretendia ver encerrada no dia de ontem, portanto, seguirá em frente, com muita luta e trabalho, graças à guinada histórica da categoria, que indicou de volta ao Sindicato que a representa o caminho que deve ser seguido.


*Erdanet

Golpe do Sinal na Categoria?

Aventou-se a possibilidade de que o Conselho Nacional estaria se preparando para decidir que eventual nova apreciação de proposta do governo em AGN seria feita exclusivamente via votação eletrônica, ao invés de em assembleia presencial.

Qual o propósito de fazer isso? Impedir os debates e calar os discordantes, para facilitar a aprovação da proposta que o governo quer a todo preço nos impor?

Acho inaceitável que se utilize o sistema eletrônico comprovadamente fraudável (vide Apito Brasil 115, de 18.10.2011), ainda mais, para essa importante decisão. Ademais, não se toma decisão desse tipo sem a indispensável ponderação em discussão dos interessados: nada pode substituir as falações contra e a favor para formação da opinião, ainda mais, em contexto de complexidade.

GOLPE, não!!!!!

DEIXEM A CATEGORIA DECIDIR COM CONSCIÊNCIA!!!!

Ricardo Lopes Pinto


O resultado de ontem da Assembleia Nacional foi uma inconteste derrota do Sinal Nacional.


Parabéns a todos os colegas do Bacen.

Está na hora de mudar, não?


IDALVO/DESUC-SP    

Por que não continuar a luta desde já?


Para começar, fui e sou contra a atual proposta, principalmente por nos amarrar até 2016. Só não entendo é porque temos que esperar até 2014 para reiniciar a luta. Por que não continuar a luta desde já? Por que parar? Se pararmos estaremos fazendo o que o governo quer e sem nada receber. O orçamento não pode receber emendas? Tenho certeza de que se nosso movimento tiver a presença que teve ontem, certamente a diretoria e as entidades responsáveis sentirão o tranco. Ademais o nosso pleito de atrelamento ao topo das carreiras precisa esperar para 2014? Acho que não.

VAMOS À LUTA. QUEM QUER FAZ A HORA NÃO ESPERA ACONTECER......

JLIMA/PGBCB-DF

  Lamentável, deram um tiro nos técnicos



Lamentável a nota do colega Messias. Eu, como analista, repudio esse comportamento divisionista com os companheiros da carreira de especialista do BC. Colega Messias, aprenda a perder. E não estou me referindo a esses caraminguás que vc lamenta.



Tarcisio Americano Barcelos     


 Parabéns aos colegas do BC

Parabéns aos colegas do BC que tiveram coragem de não ceder a uma imposição do Governo, já que não posso qualificar a proposta apresentada como tal. Fica somente o sentimento de pesar para com a regional de Porto Alegre. Respeito a posição dos colegas, mas a coerência dever sempre prevalecer sob pena de perdermos o respeito que temos pela própria categoria.

Alguns aqui escreveram algo no sentido de “conclamar” os colegas Analistas para uma nova assembleia. Agradeço por essa posição radical e sem sentido ser algo apenas pontual. A melhor resposta a esse tipo de raciocínio está no resultado demonstrado de que a categoria não aceita a divisão fomentada por uns. A categoria quer sim o compromisso de que nossas reivindicações históricas sejam efetivamente cumpridas e que não fiquem eternamente no compromisso por parte do governo. Vale lembrar que as últimas promessas foram descumpridas desde o ano de 2007, no mínimo.

Espero que esse momento sirva de paradigma para uma mudança de postura da nossa categoria. Assim, participaremos dos movimentos de servidores como verdadeiros protagonistas! Parabéns Maranhão, parabéns SinTBacen, parabéns Sinal (que atenderá ao recado da categoria), parabéns aos demais colegas servidores do Banco Central do Brasil.

Guilherme de Oliveira Pinto Vargas - VARGAS/DESEG-RS (guilherme.vargas@bcb.gov.br)

Os supostos vencedores

Pela nota do Guilherme se vê mais um dos supostos “vencedores” de ontem se jactando da sua suposta “coragem”... Não entendi, também, o porquê do “sentimento de pesar” com a regional de Porto Alegre, nem qual foi o “recado” passado pela categoria (por quem mais, por ti, pelo SINTBACEN?) ao SINAL... Acho que o SINAL conduziu muito bem a campanha salarial, acertou em fazer um indicativo à categoria - que não foi unânime dentro do Conselho -, e a categoria entendeu diferente. A questão a ser decidida não era fácil, não se trata de um embate de covardes versus corajosos. Enfim, colega, menos, muito menos...

Daniel Juliano
NEGOCIAÇÕES EM BLOCO


Com a consciência tranquila de ter participado de todas as assembleias do movimento (ao contrário de alguns colegas que só desceram ontem) e de ter participado da paralisação de 24 horas (única medida efetiva do nosso movimento), permito-me fazer algumas colocações acerca dos últimos meses e do nosso movimento.

1) A negociação do bloco “carreiras de Estado” fracassou. Mesmo sendo louvável a iniciativa de fortalecimento da FONACATE e de solidariedade entre as carreiras típicas de Estado, a verdade é que, na primeira proposta feita pelo governo, a “aliança” ruiu e tivemos esse quadro aproximado de metade das carreiras aceitando e metade recusando a proposta. Ou seja, na hora da verdade, foi o velho “cada um por si e Deus contra todos”. O que implica a primeira reflexão/conclusão sobre o movimento: NÃO PODEMOS NEGOCIAR A REBOQUE DOS MOVIMENTOS DE OUTRAS CATEGORIAS. Temos que achar um jeito de construir nossa própria força de negociação.

2) As carreiras que recusaram, em sua maioria, tem força para voltar a incomodar ano que vem. Receita Federal e PF, em particular, têm um trunfo na manga: os eventos internacionais que se aproximam. Podem ter certeza: se até junho do ano que vem nada de melhor for oferecido a eles, HAVERÁ operação padrão nos aeroportos na Copa da Confederações com o recado claro de que o mesmo poderá acontecer na Copa do Mundo se o governo não atender suas reivindicações. Aos que acham uma atitude dessas vil, imoral ou antiética (ilegal não é, pois trata-se de simplesmente efetuar determinações legais de forma rígida), sugiro que reflitam se as atitudes do atual governo na mesa de negociações foram éticas. Desde março de 2011 fomos literalmente empurrados com a barriga, sem nem receber um NÃO definitivo (como na era FHC) sem nem construir conjuntamente uma tabela negociada (como no governo Lula). Estamos a 15 meses ouvindo um “volte mês que vem”, atitude extremamente antiética, no mínimo.

3) Aos que estão preocupados com o encerramento das negociações, o próprio Sérgio Mendonça declarou à imprensa ontem que as negociações serão reabertas com essas categorias em 2013. Aos que estão receosos de descolamento do Ciclo de Gestão, que está majoritariamente aprovando a proposta, informo que a diferença em 2013 será de 5% e que bastaria ano que vem negociar uma parcela de 10,25% para 2014 para voltarmos a igualar tabelas com eles em janeiro de 2014, sem prejuízo, aliás, com até certa vantagem para o governo que teria tido “folga orçamentária” conosco em 2013. É claro que entendo que podemos conseguir mais do que isso, mas no mínimo temos argumentos fortes para conseguir essa “reequiparação”.

Chegamos então ao momento atual e o que devemos fazer para 2014. Em apenas uma das assembleias, e mesmo assim superficialmente, começamos a discutir o que nós, BANCO CENTRAL, sozinhos, podemos fazer como movimento inteligente e que incomoda, para ter nossos pleitos atendidos. Dadas as restrições de contingente da jurisprudência do STJ, a possibilidade de regulação restritita iminente do direito à greve e dada a imperiosidade de não cometermos ilegalidades que responsabilizarão criminalmente colegas, como parar STR, SPB, mesas de Demab e Depin, meio-circulante, etc., URGE pensarmos em formas inteligentes de INCOMODAR sem cair na ilegalidade. Precisamos criar o nosso modelo ANÁLOGO à operação-padrão da Receita e PF, algo irritante mas não ilegal. Confesso não ter essa resposta, mas precisamos pensa-la, e ganhamos ontem uma janela de 4 meses (até janeiro/2013) para isso.

Não podemos de forma alguma chegar em janeiro com os mesmos argumentos e mesmas estratégias de hoje. Sindicatos e assembleia precisam construir juntos essa estratégia, algo que nos tire da negociação secundária ou de reboque, do irmão mais novo que diz pro pai no restaurante que quer o mesmo que o mais velho pedir.

Sindicatos, criem grupos de estudo, convoquem assembleias, etc, mas não deixem que cheguemos como cego em tiroteio em janeiro, quando as negociações reabrirem.



Carlos Henrique Moraes Zanatta Amato

terça-feira, 28 de agosto de 2012

SINAL VOTA PELA APROVAÇÃO DA PROPOSTA DO GOVERNO



Prezado editor,


O Sinal entende que a proposta apresentada pelo governo é muito limitada, embora seja uma vitória para o que esperávamos no inicio desta campanha salarial.

Mas também entende que ficar mais um ano e meio sem aumento e postergar a decisão para 2013, sozinhos com a Receita Federal, é apostar no incerto e jogar para o servidor do banco central o desafio de equiparar-se ao Ciclo de Gestão no próximo ano.

O Sinal também entende que a obrigação do sindicato é lutar por aumento salarial para seus representados e que, ainda que insuficiente, 15,8% é aumento de salário e deve ser considerado como tal.

O Sinal também entende que aceitar a proposta do governo não impede o sindicato de trabalhar nos próximos anos pela melhoria salarial do servidor do Banco Central do Brasil. Este é o papel do Sinal, que continuará cumprindo pelos anos à frente.

O Sinal ainda entende que é compromisso do governo e do presidente do Banco Central do Brasil, assumido nas mesas de negociações de não deixar aumentar a distancia entre a remuneração do Banco Central e das carreiras congêneres (Receita e AGU). Caso isso ocorra, o sinal estará ao lado do servidor do Banco Central do Brasil para que façamos a maior e mais extensa greve que o Banco Central do Brasil já fez.


Att,

José Ricardo

Presidente do Sinal-DF



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

PT culpa Dilma por radicalização da greve



Valor 27/08

O PT culpa a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, pela radicalização entre o governo e o movimento sindical. Segundo os petistas, o clima de alta voltagem se estabeleceu quando os dois, Mantega especialmente, decidiram "apostar no cansaço", o que contraria a tradição petista.

No Palácio do Planalto prevê-se que esta seja a semana mais tensa desde o início da paralisação, já que o prazo final para a negociação das reivindicações dos servidores públicos terminou no fim de semana. Isso porque o reajuste precisa constar da proposta de lei orçamentária de 2013, que tem prazo até sexta-feira, dia 31, para ser enviada pelo Executivo ao Congresso. "É como se tivesse uma grande data base", comentou um auxiliar da presidente.

Segundo petistas históricos, mais do que divergências em relação à condução da economia, o maior estresse do partido com a presidente é exatamente a forma como a questão sindical é tratada no governo. E a greve atual agravou ainda mais a insatisfação. O governo demorou a iniciar o processo de negociação e, quando o fez, o outro lado estava radicalizado. Até o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, queixou-se do fato de Dilma e Mantega terem adiado reunião com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que ele próprio havia marcado, cerca de um mês antes de deflagrada a greve.

"Falta a Dilma sensibilidade e experiência nesse ramo negocial", diz um petista, afirmando que essa é a mais marcante diferença entre Dilma e o antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. O estilo da presidente, de "apostar no cansaço" dos manifestantes, preocupa o partido. A própria Dilma admite a assessores que terá de buscar uma "distensão" com os servidores e os movimentos sindicais, após essa greve. Até porque, como a presidente diz, esses servidores terão de conviver com ela até 2014.

O comportamento de Dilma, no entanto, não pode ser atribuído apenas a uma suposta falta de habilidade política, como dizem os petistas. Especialmente com a CUT, a relação com o ex-presidente da entidade Artur Henrique foi marcada por forte tensão. Segundo assessores da presidente, ela "não o perdoa" por ter feito críticas às mudanças no cálculo da rentabilidade da poupança (que passou a ser alterada toda vez que a taxa básica de juros ficar abaixo de 8,5%), quando até mesmo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, elogiou a medida.

Na reunião em que a presidente explicou a medida para centrais sindicais, o então presidente da CUT cobrou de Dilma a discussão da pauta dos trabalhadores. Dilma sentiu-se "ofendida" com as duas intervenção de Arthur, segundo assessores da presidente porque era um momento especialmente importante para o governo, que naquela altura desconhecia quais seriam as consequências da alteração da regra da poupança. Depois disso, o Palácio do Planalto teria enviado recados ao presidente da CUT pedindo que desse declarações favoráveis à medida, o que não ocorreu.

O afastamento entre a presidente a central é anterior ao episódio. Assim que tomou posse, Dilma combinou com dirigentes da CUT a realização de encontros periódicos. A CUT afirma que a presidente não cumpriu o combinado. A CUT reivindicava o Ministério do Trabalho desde o governo Lula, mas Dilma manteve o cargo com o PDT - primeiro, com Carlos Lupi e, depois, com Brizola Neto - deixando furioso o PT.
Em julho deste ano, tomou posse o novo presidente da CUT, Vagner Freitas, que ao assumir criticou a forma como o governo estava lidando com a greve dos servidores. "Se o Estado é democrático, tem que aprender a lidar com conflitos e não pode punir quem está em greve. Exigiremos o imediato recebimento da CUT por parte do ministro do Planejamento para solução da paralisação no setor público. Porque a greve existe apenas enquanto o governo somente enrola e não aponta propostas consistentes".

Para o Planalto, a radicalização foi uma forma de o dirigente "se afirmar". É atribuída a ele a iniciativa das vaias ao ministro Gilberto Carvalho, na abertura da I Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente. Antes do discurso do ministro, Freitas disse que iria mover um processo na Justiça contra o decreto assinado pela presidente que permite a substituição temporária de servidores federais em greve por servidores estaduais.

A presidente manifesta preocupação em tentar recompor as relações com os movimentos sindicais, após o fim da greve. Mas não por temer as consequências eleitorais citadas por petistas: avaliação no Palácio do Planalto é que a greve é uma das mais impopulares já realizadas no país e, ao endurecer, o governo só tem a ganhar politicamente.

Exceto pela ala mais radical de esquerda da legenda, os petistas, em geral, aceitaram o discurso que tenta demarcar as diferenças entre as privatizações realizadas pelo governo Fernando Henrique Cardoso e as concessões lançadas por Dilma - a greve e o projeto das concessões caminharam em paralelo. Parece ter sido absorvido o argumento pelo qual o governo Dilma mantém o controle sobre as empresas e decidiu apenas conceder a exploração dos serviços públicos, sem vender ativos, o que foi feito pelos tucanos.

Apesar da pouca identidade partidária de Dilma, a sigla, de um modo geral não tem queixas da gestão. Ao contrário, há grande demanda por parte de candidatos do PT nas eleições municipais pelo apoio da presidente. "Qual candidato não gostaria de ter Dilma ao seu lado na campanha? Eles sabem de onde vem o poder", diz um auxiliar próximo da presidente da República, cada vez mais candidatíssima à reeleição em 2014.

Mas a situação de governadores do PT, como Marcelo Déda (SE) e Jaques Wagner (BA), que tiveram a popularidade abalada nas capitais por greves de servidores, é usada como exemplo por petistas que temem o efeito eleitoral dessa greve para Dilma, especialmente pela sua amplitude.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Devora-me ou te decifro



Por Orlando Amado

"Infelizmente, está prevalecendo a falta de bom senso entre os sangues azuis. Eles ainda não perceberam a gravidade da situação da economia mundial e do esforço que se está fazendo para reativar a economia brasileira e garantir os empregos do setor privado, os mais vulneráveis”, disse um técnico da equipe econômica.


Declaração tanto paradoxal quanto discriminatória. De um lado servidores selecionados pelos mais rígidos critérios de avaliação que o Estado pode utilizar; critérios democráticos definidos na forma de concursos públicos, que os colocam em patamar de destaque, lutando pelos seus direitos constitucionais; de outro lado, dirigentes públicos ungidos pela aprovação popular, a querer massacrá-los, inebriados pela sensação semelhante à que Pilatos teve quando, ovacionado pelo povo, apontou o polegar para baixo, antes de lavar as mãos.

Não se tratam de pessoas agrupadas de forma sectária, facciosa, se abrigando sob algum manto ideológico ou popularesco. Ninguém é melhor do que ninguém. O destaque merecidamente obtido, é um destaque qualitativo, restrito ao seu universo de atuação. Um servidor da Polícia Federal, por exemplo, é destacado dentre os melhores capazes de policiar nos mais altos níveis e escalões da criminalidade; os da Receita Federal, dentre os melhores capazes de fiscalizar os feitos que possam comprometer os cofres públicos; os do Banco Central, os melhores dentre os capazes de serem guardiões da saúde financeira da nação. É assim que funciona a instituição “concurso público”, a melhor forma, a mais universalmente aceita, de se obter especialistas altamente qualificados para desempenhar funções públicas que, de outra forma, seriam vulneráveis à corrupção.

As “Carreiras Típicas de Estado” não são assim denominadas por serem melhores que outras ou por terem “sangue azul”. Foram naturalmente agrupadas dessa forma ao longo do tempo, por não terem qualquer similaridade com atividades desempenhadas na iniciativa privada. Por isso mesmo devem ser imunes aos mecanismos que, também naturalmente, surgem e estão sempre prontos para ameaçar a integridade do Estado com as tão conhecidas práticas de corrupção. Estas “carreiras”, no mundo todo, devem ser bem remuneradas e trabalhar em perfeita sintonia com o governo federal.

Agora, exatamente este governo, negando-lhes um dos mais elementares direitos constitucionais, o de manter atualizado anualmente o poder de compra do salário, quer espezinhá-las, se utilizando de armas desleais, pretendendo “lançá-las aos leões” da mídia cooptada pela máfia empresarial ávida por se beneficiar dos “kits felicidade” distribuídos beneplacidamente. E eles estão ali, na sala ao lado, aguardando, ansiosos para avançar sobre o que sobrar, mesmo que sejam “restos com sangue tingido de azul”.

Cabe aos servidores das instituições reunidas na “campanha salarial unificada” desfiar esse novelo, decifrar a verdade contida nesse ardiloso estratagema e revelar a verdade à mídia independente.

  Orlando Amado de Freitas Filho é servidor aposentado BC Salvador 

Governo deixa de pagar R$ 20,6 milhões para 11,5 mil funcionários em greve



Por Lucas Marchesini e Fernando Exman - Valor 23/08
De Brasília

A principal categoria a aderir à greve dos servidores federais foi a dos funcionários das agências nacionais de regulação, informou ontem o Ministério do Planejamento. Balanço da pasta mostra que 2,4 mil dos 11,5 mil servidores que tiveram o ponto cortado estão lotados em uma das dez agências paralisadas.

No total, o governo deixou de pagar R$ 20,6 milhões em salários em agosto, mas não divulgou quantos dias foram descontados na folha de cada servidor. O Ministério da Saúde teve o maior contingente de servidores sem receber salário integral em agosto, com 1,6 mil servidores - equivalente a 5,7% do total da força de trabalho da pasta.

No Ministério da Justiça, que enfrenta paralisações na Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), 1,5 mil servidores sofreram corte de ponto neste mês, o que equivale a 5,3% do total dos seus funcionários. No Ministério da Ciência e da Tecnologia, mil funcionários da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) tiveram o ponto cortado. O efetivo corresponde a 40,5% do total de funcionários da repartição. Os fiscais federais agropecuários tiveram apenas 54 pontos cortados. A paralisação da categoria levou o Executivo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para obrigar os fiscais a manter um efetivo de 70% a 100% em algumas atividades.

O balanço do governo não inclui os servidores do Itamaraty, que entraram em greve ontem. Segundo sindicalistas representantes da categoria, funcionários de 34 postos brasileiros no exterior aderiram à greve, que continuará ao menos até esta sexta-feira. A reunião de ontem entre grevistas e o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sergio Mendonça, terminou sem acordo, informou a assessoria do Sindicato dos Servidores do Ministério de Relações Exteriores. No encontro, o sindicato informou Mendonça que a proposta de reajuste salarial de 15,8% em três anos não atende à demanda mais importante da categoria. A pauta principal, segundo os sindicalistas, é o pagamento de subsídios a oficiais e assistentes de chancelaria aposentados, assim como ocorre com os diplomatas.

Já os funcionários dos Correios ameaçam iniciar uma greve até o início de setembro. O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal e Região do Entorno informou que tem reunião com representantes da estatal na terça-feira para discutir o reajuste salarial de 2013. Depois de assembleias em todos os Estados, a categoria informou à direção dos Correios a rejeição da proposta de reajuste de 3%.

A Secretaria de Relações de Trabalho também teve reuniões ontem com servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além dos analistas em infraestrutura. Nos três casos, o governo manteve a proposta de reajuste de 15,8% fatiados em três anos. Os sindicatos dependem da decisão das bases para definir se a mobilização continua.

O Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (Andes) elaborou uma contraproposta ao reajuste de 25% a 40% oferecido aos professores no início de agosto pelo governo. No documento, apresentado ontem aos deputados da Comissão de Educação da Câmara, ele propõe que o docente possa atingir o topo da carreira mesmo se não obtiver títulos de mestrado e doutorado. A contraproposta não incluiu aumento no reajuste definido durante as negociações, informou ontem a assessoria do Andes. O governo já afirmou em diversas ocasiões que não reabrirá as tratativas. Também não abre mão da exigência de titulação para a progressão na carreira.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, estimou ontem que a greve dos técnicos administrativos das universidades federais deve acabar na segunda-feira. Segundo ele, servidores de 36 universidades federais em greve já votaram em assembleias para que a proposta de reajuste apresentada pelo governo seja aceita. Catorze teriam votado contra. Em relação ao impasse dos docentes em encerrar a greve, Mercadante destacou ainda que o Executivo cobrará a reposição das aulas perdidas pelos alunos por conta da paralisação.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Executivo insiste em conceder ao funcionalismo aumento de 15,8% em três anos


Valor 22/08


O governo federal manteve-se ontem irredutível nas negociações salariais com os servidores públicos. O Executivo insiste em conceder ao funcionalismo aumento de 15,8% em três anos, o que afastaria a administração Dilma Rousseff de duas armadilhas: primeiro, a presidente reduziria os riscos de novas greves ocorrerem nos próximos anos, sobretudo às vésperas das eleições de 2014; em paralelo, o governo quer também evitar que o teto salarial do funcionalismo seja ultrapassado por algumas categorias, o que forçaria uma nova elevação do teto e um consequente efeito cascata com mais impactos nas contas públicas.

Coerente com essa estratégia, o Ministério do Planejamento decidiu cortar o ponto de 11,5 mil servidores por causa da greve parcial que eles mantêm, informou ontem a assessoria do ministério. A medida implica o não pagamento do salário referente ao período entre 15 de julho e 15 de agosto. O número não engloba os professores de universidades federais, já que eles são obrigados a repor os dias parados. "Eles são a categoria, de fato, parada nacionalmente", explicou a assessoria.

Caso o governo acolha todas as demandas apresentadas pelos sindicalistas, alertam autoridades do Executivo, algumas categorias passariam a receber mais que os R$ 26,7 mil do atual teto salarial do funcionalismo. Um desses casos é o dos servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Pelo menos por enquanto, a única exceção feita pelo governo foi aos professores das universidades federais. A proposta encaminhada ao magistério prevê aumentos de 25% a 40% no mesmo período.

O prazo para a conclusão das negociações é o dia 31, quando o Executivo enviará a proposta de lei orçamentária de 2013 para o Congresso. O governo trabalha com um cenário em que o movimento grevista perderá força nos próximos dias, abrindo espaço para um avanço nas tratativas com os servidores do Judiciário e militares. Enquanto isso, várias categorias protestam ou realizam paralisações.

A partir de hoje, por exemplo, os auditores-fiscais da Receita Federal param de trabalhar por 48 horas. A paralisação será somente nas zonas secundárias, já que as aduanas estão em operação-padrão desde meados de junho. Até agora, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), a operação padrão da categoria já causou filas de cerca de 1,2 mil caminhões no posto de fronteira em Foz do Iguaçu. O mesmo número de veículos parados foi verificado nas cidades gaúchas de Uruguaiana e São Borja.

Paralisações também prejudicaram os trabalhos na Superintendência de Seguros Privados (Susep) e na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo o Sindicato dos Servidores na Susep (Sindsusep), só as atividades consideradas essenciais estão com um ritmo normal: atendimento ao público e a corretores de seguros, serviço de informação ao cidadão, pagamentos e a área de informática.

Já os fiscais agropecuários protestaram contra o governo no aeroporto de Brasília, e os servidores civis do Hospital das Forças Armadas (HFA) consideraram a proposta do governo "inaceitável". E os servidores do Judiciário realizaram um protesto na Esplanada dos Ministérios. Segundo a Polícia Militar, 1,2 mil pessoas estiveram na marcha

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Enquete : Mandado para negociar - Vote

Mandato para negociar

<<<<<<<< VOTE AO LADO




Meus caros editores,
Gostaria de saber o que pensam seus assinantes da seguinte resposta ao Governo.


A proposta é insuficiente e concedemos aos nossos representantes mandato para:


1) Buscar o nível superior como critério de ingresso para o cargo de técnico do BC.


2) Buscar equiparação com a RFB;


3) Buscar recomposição inflacionária em adição aos reajustes propostos.


Max Meira – Desig - Brasília



 
Servidores criticam proposta salarial, mas adiam greve


“Se o pessoal (governo) tem dificuldade, por conta da crise, de repor as perdas em 2013, recupera em 2014. Engessar o movimento por três anos vai dificultar demais.” (Sergio Belsito, integrante da mesa de negociação da UCE)



A União das Carreiras de Estado (UCE), que representa 22 categorias de servidores, considerou insuficiente a proposta do governo de conceder aumento total de 15,8 por cento parcelados em três anos e marcou para quinta-feira uma assembleia geral para discutir a possibilidade de realizar greve. Com isso, algumas carreiras de estado, que haviam ameaçado cruzar os braços em definitivo a partir desta segunda-feira, como as do Banco Central, do Tesouro e da Controladoria-Geral da União, que integram a UCE, adiaram suas paralisações. O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio Belsito, afirma que a proposta de cerca de 5 por cento anuais até 2015, totalizando os 15,8 por cento, é insuficiente por não repor perdas inflacionárias. "Se o pessoal (governo) tem dificuldade, por conta da crise, de repor as perdas em 2013, recupera em 2014. Engessar o movimento por três anos vai dificultar demais", afirmou Belsito, que participa da mesa de negociação da UCE.

O presidente da Unacom-Sindical, Rudinei Marques, que representa os servidores do Tesouro e da CGU, disse que há uma tendência pela rejeição da proposta. "Se tivéssemos um percentual de, digamos 10 por cento, ainda ficaríamos em dúvida. Mas 5 por cento é inaceitável", afirmou. "Mas a decisão será tomada em assembleia nacional", emendou. O governo reservou entre 14 bilhões de reais e 22 bilhões de reais para o reajuste de servidores. Essa proposta de 15,8 por cento parcelados vale para outras categorias do serviço público, com exceção de professores e técnicos administrativos das universidades federais, além dos militares.

Uma fonte do governo que participa das negociações afirmou que não haverá uma nova proposta às carreiras que ganham os maiores salários, como as do BC, da CVM, do Tesouro, da CGU, entre outros. "Não está desenhado esse cenário (de nova proposta para as carreiras representadas pela UCE)", afirmou essa fonte. Se houver uma flexibilização, será para carreiras com salários mais defasados, com a proposta podendo chegar a 6,5 por cento. Para outras carreiras do serviço público, o governo pode rearranjar o salário total, acabando com algumas gratificações e engordando o vencimento básico. Na prática, o governo adiaria o peso das medidas nas contas públicas, já que aumentar o salário-base tem impacto na aposentadoria do servidor, que, ao ficar inativo, não recebe os valores das gratificações, apenas o vencimento básico.



RODADA FINAL

Representantes da UCE reuniram-se no sábado com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, e ouviram na ocasião a proposta de 15,8 por cento parcelados, sem ter apresentado nenhuma contraproposta. O governo planeja encerrar nesta semana a rodada de negociações. São cerca de 20 reuniões que devem ocorrer até sábado entre os representantes de servidores e Mendonça.

Entre as 22 carreiras de servidores representadas pela UCE estão as do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), da Receita Federal, do Ministério do Planejamento, do Tesouro Nacional, do Itamaraty, da Polícia Federal e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), entre outros. Esse grupo já realizou paralisações, mas não entrou de fato em greve. Até agora, a greve de servidores atingiu as universidades federais, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outras carreiras.

Nesta segunda-feira, servidores do Itamaraty e da Polícia Rodoviária Federal anunciaram uma paralisação. A Confederação Nacional dos Servidores Públicos (Condsef) afirma que são 350 mil funcionários parados. O governo contesta o número, sustentando que seriam cerca de 80 mil servidores. (Da Reuters)



Passeata hoje no centro do Rio

Uma nova manifestação de servidores federais em greve poderá tumultuar a vida do carioca na manhã de hoje. Para marcar o Dia Nacional de Luta, manifestantes se concentram às 10h na Candelária, no Centro. De lá, seguem em passeata pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia. Protestos estão programados em todo o Brasil. No último dia 9, cerca de dois mil servidores interromperam o trânsito do Centro do Rio por quase duas horas. A categoria diz que o ato de hoje é uma resposta ao governo federal, que não teria cumprido a promessa de apresentar nova proposta de reajuste até 17 de agosto, já que a primeira — de 15,8% de reajuste — não agradou à categoria.










Pressão de servidores em greve aumenta em semana decisiva



Por Lucas Marchesini - Valor 21/08
De Brasília

Diante da manutenção da oferta do governo - reajuste de 15,8% em três anos -, os grevistas preparam uma ofensiva nesta semana com novas paralisações e um dia nacional de luta hoje, organizado pela Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que contará com protestos em diversos Estados. O grupo União, que representa 23 carreiras típicas de Estado, decidiu ontem orientar suas bases para que rejeitem o reajuste oferecido pelo governo. O presidente da Associação dos Servidores nas Carreiras de Planejamento e Orçamento (Assecor), Eduardo Rodrigues, disse que aceitar a proposta seria incorporar as perdas inflacionárias dos últimos anos.

A Polícia Rodoviária Federal e os funcionários do Itamaraty já informaram que pretendem engrossar a paralisação. Ambas as categorias aumentaram a pressão antes de encontros com a Secretaria de Relações de Trabalho (SRT) agendados para amanhã.

O agentes da Polícia Rodoviária foram impedidos pelo Superior Tribunal de Justiça de realizar operação-padrão. A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (Fenaprf) convocou os sindicatos estaduais para iniciar a paralisação. A entidade não tinha, ontem, um balanço sobre a adesão ao movimento, mas informou que a "greve pode se encerrar na quinta-feira, dependendo do posicionamento do governo em relação à categoria".

De acordo com comunicado divulgado pelo Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), a paralisação dos funcionários do Itamaraty é uma forma de protesto pelo fato de o Ministério do Planejamento não ter chamado os funcionários à mesa de negociações entre 13 e 17 de agosto, quando outras categorias se reuniram com a pasta. Os trabalhadores já haviam parado as atividades de 18 de junho e 2 de julho e retornado sob a promessa de que haveria diálogo com o governo. Por meio de sua assessoria de comunicação, o Ministério do Planejamento informou que marcou uma reunião com os servidores do Itamaraty para hoje à tarde.

Já os policiais federais em greve suspenderam ontem a emissão de passaportes no aeroporto internacional do Galeão. O serviço está funcionando somente para os casos de emergência, como viagens para tratamento de doença grave comprovada por atestado médico ou de trabalho, mediante a apresentação de documento. Em outros 12 Estados e nos postos de fronteira de Foz do Iguaçu (PR) e Uruguaiana (RS) os agentes da PF realizaram ontem protestos, alternativa adotada pela categoria às operações-padrão, proibidas pelo Superior Tribunal de Justiça.

Também os servidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiram realizar paralisação, de 48 horas, a partir de hoje. A decisão foi tomada em assembleia realizada na tarde de ontem com participação de 40% dos funcionários da comissão.

Apesar de toda essa movimentação, o titular da Secretaria de Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça, disse que está otimista quanto ao desenrolar dos encontros nesta semana e enfatiza que ela será a última com negociações, já que a proposta de Orçamento de 2013 deve ser enviada para o Congresso até o dia 31. Mendonça também disse, na sexta-feira, que caso uma categoria recusasse a proposta de 15,8%, não haveria tempo hábil para que outra seja elaborada. É justamente o prazo curto que incomoda os grevistas recebidos pelo Planejamento.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal no Estado do Rio de Janeiro (Sintrasef), Denis Diniz, reconheceu que, com o prazo curto, os grevistas "estão com a faca no pescoço" nas negociações.
A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal anunciou que entrará hoje com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra o corte integral do ponto. Segundo o presidente da entidade, Josemilton da Costa, a medida já consta no contracheque preliminar dos servidores de sua base que aderiram à paralisação. "Nós não queremos corte nenhum, mas nas greves anteriores o corte era de sete dias por mês. Tem de ser pelo menos assim", disse.

A greve dos servidores públicos federais atinge, segundo estimativas dos sindicatos, 350 mil servidores do Executivo, 60% do total. O governo considera os números inflados e acredita que cerca de 70 mil funcionários públicos estão em greve. As paralisações começaram no dia 17 de maio com os professores. A Condsef, que coordena o movimento dos servidores, começou a greve em 18 de junho. (Com agências noticiosas)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Governo oferece 15,8% em 3 anos a delegados da PF, dizem sindicalistas | Valor Econômico

Governo oferece 15,8% em 3 anos a delegados da PF, dizem sindicalistas | Valor Econômico

SINAL SP - Idéias em Revista - Edição nº 4 - TÁ LEGAL, EU ACEITO O ARGUMENTO! MAS NÃO ME ALTERE O SAMBA TANTO ASSIM...

.:SINAL:. Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central

Sinal confirma reunião da Mesa de Negociação para amanhã de manhã



● Em seu Apito Brasil que circulou agora pela manhã, o Sinal informa que, após marcações e cancelamentos, está confirmada para amanhã, 18, às 10h30min, a reunião de negociação na Secretaria de Relações de Trabalho. As informações serão passadas através dos nossos informativos Twitter e Facebook. O Conselho Nacional está reunido no Rio de Janeiro hoje e amanhã para avaliar as propostas e os rumos a serem apresentados à categoria.

O sindicato comunica também que, integrante da União das Carreiras de Estado (UCE), protocolou novamente pedido de audiência com o ministro-presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, alertando, inclusive, para a possibilidade de greve por tempo indeterminado a ser discutida em Assembleia Geral Nacional pré-marcada para o dia 20 de agosto.


Ministro já admite dar reajuste de mais de R$ 14 bi a servidores

Ministério do Planejamento disse que trabalha com o limite de 15,8% de reajuste, parcelado em três anos, para o conjunto das categorias do Executivo Federal

O Globo

O ministro da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse ontem, que R$ 14 bilhões é o número inicial com o qual trabalha o governo para o reajuste de servidores. O valor não está decidido, porque "muda o tempo todo". A expectativa dos servidores é de que haja avanço nas negociações na semana que vem.

- Esse era o número inicial, mas pode mudar, está o tempo todo mudando. Ele pode sofrer alteração, porque vamos ter uma negociação longa agora com o funcionalismo, carreira por carreira. Mas quem fala sobre isso é o Planejamento, a ministra Miriam Belchior. O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, disse que trabalha com o limite de 15,8% de reajuste, parcelado em três anos, para o conjunto das categorias do Executivo Federal.

- Para mais do que isso, não temos disponibilidade - afirmou. Segundo Gilberto Carvalho, a tendência é que o reajuste para as diferentes carreiras seja muito parecido.

- Nossa expectativa é que prevaleça o bom senso. E aqueles que diziam que o governo não tinha proposta, não dialogava, agora tem proposta, estamos dialogando - afirmou o ministro.

Em greve há quase dois meses, os auditores da Receita Federal fizeram ontem o Dia Nacional de Entrega de Chefias. Pedro Delarue, presidente do Sindifisco Nacional, disse que em pelo menos 40 delegacias da Receita os chefes colocaram o cargo à disposição dos titulares da unidade. Eles protestam contra o decreto do governo que permite substituir grevistas por servidores estaduais ou municipais. Os auditores querem aumentos de 30% a 49,4%, para que os salários passem da atual faixa de R$ 13,6 mil a R$ 19,45 mil para R$ 20,3 mil a R$ 25,3 mil. A greve da Anvisa, que completou um mês, já causou prejuízo de R$ 300 milhões ao setor de equipamentos médicos e odontológicos. Paulo Henrique Fraccaro, vice-presidente da associação do setor, disse que de 400 empresas, 110 foram afetadas, já que metade do material usado é importada.

Governo quer propor reajuste pela inflação a servidores, diz ministro

Governo quer propor reajuste pela inflação a servidores, diz ministro

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Governo decide dar 15% de reajuste para tentar encerrar greve





NATUZA NERY FSP 16/08

DE BRASÍLIA
O governo informou às centrais sindicais que, apesar de limitações fiscais, dará reajuste global a todas as categorias do funcionalismo na faixa de 15% até 2015.

Reitores contrariam orientação e não vão cortar salário de grevista

Só não serão contempladas com o aumento médio de 5% ao ano a partir de 2013 quem continuar em greve.
Apesar de poder, no limite, contemplar todas as carreiras com percentuais muito próximos de aumento, não será um reajuste linear.
Isso porque a lei determina que, se for linear, até mesmo quem não aceitar a oferta e mantiver a greve terá direito ao benefício.
Para o Executivo, a alternativa, antecipada pela Folha ontem, garante ganho a todos nos próximos três anos. Para evitar a indexação da economia, o governo não pode dar a recomposição inflacionária, mas pretende ficar perto disso.

Segundo a Folha apurou, as centrais sindicais foram informadas da disposição do Palácio do Planalto de dar uma saída ao movimento grevista. Ontem, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) mostrou tabela indicando que a grande maioria das categorias recebeu aumento bem acima da inflação nos últimos anos.

Em outra frente, o Ministério do Planejamento tem dito às lideranças que esta é a proposta que a presidente Dilma Rousseff pode fazer. "O reajuste linear está descartado, pois tem lógica diferente. Temos que lidar com a especificidade de cada carreira", disse o secretário das Relações do Trabalho, Sérgio Mendonça.



Segue enrolação

Governo marca, anuncia e desmarca reunião de negociação com sindicatos do ciclo de gestão




Sinal

O governo marcou e desmarcou a reunião da tarde de hoje, 16, com entidades representativas das carreiras pertencentes ao ciclo de gestão do Estado. Até o momento, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) não sugeriu nova data. Também foi desmarcada a reunião de amanhã, 17, com representantes sindicais da Polícia e da Receita federais.

Tal como informamos no Apito de ontem, 15, os encontros do Planejamento com segmentos do serviço público realizadas na terça-feira, 14, como os das universidades federais e do Incra, não apresentaram qualquer resultado. Enquanto isso, os jornais de hoje (ver Deu na mídia) anunciam que o governo apresentará proposta ao funcionalismo.

O Sinal, integrante da União das Carreiras de Estado (UCE), protocolou novamente pedido de audiência com o ministro-presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, alertando, inclusive, para a possibilidade de greve por tempo indeterminado a ser discutida em Assembleia Geral Nacional pré-marcada para o dia 20 de agosto.

Sem rumo

Apesar de as entidades terem esclarecido à mídia, em coletiva realizada terça-feira, 14, que o governo distorce números relativos à folha dos servidores, em Brasília, fontes do Planalto já informam em off, nos bastidores, que o tal impacto é, na verdade, de R$ 20 bilhões e não como afirmava o governo até ontem, 15, de R$ 92 bilhões.



Governo federal decidiu fazer uma proposta salarial concreta


Valor 16/08


O governo federal decidiu fazer uma proposta salarial concreta aos servidores públicos, em greve há mais de dois meses. O acordo apresentado prevê reajuste entre 4,5% e 5,5%, a partir do próximo ano, e o estabelecimento de uma política de aumentos salariais até 2015. Algo nos moldes feitos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao salário mínimo e que dê "previsibilidade" ao processo, conforme informou ao Valor fonte autorizada do Palácio do Planalto.

Incomoda muito à presidente Dilma Rousseff a ideia segundo a qual seu governo não queria negociar com os sindicalistas. "O governo quer uma solução para a greve e que os servidores voltem ao trabalho", disse um auxiliar da presidente. Dilma só não teria apresentado antes uma proposta porque ainda não tinha uma resposta concreta para dar aos trabalhadores. Isso aconteceu ontem quando o Ministério do Planejamento apresentou o projeto do governo às centrais.

Apesar do clima tenso, ruas interditadas e até de um acidente com ônibus que traziam policiais federais para protestar em Brasília - e que deixou 22 feridos -, o encontro das centrais com representantes do governo, ontem, não deixa de representar uma distensão nas relações políticas entre o Palácio do Planalto com os sindicalistas.

O dia amanheceu tumultuado em Brasília. Logo cedo, dois ônibus que traziam de Goiânia agentes da Polícia Federal para a manifestação na Esplanada dos Ministérios se envolveram em um acidente com um Gol e outro ônibus. Pelo menos 4.500 servidores (12 mil, segundo os organizadores) fecharam três faixas da via provocando um congestionamento que se refletiu por toda a região sul da cidade. No fim da manhã, dirigentes das centrais se reuniam com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e o secretário do Tesouro, Arno Augustin. O governo também fez uma nova proposta para os técnicos-administrativos de universidades federais, mas manteve a oferta de reajuste salarial em 15,8% divididos em três anos.

Só a proposta em relação aos técnicos levaria a um impacto suplementar de R$ 170 milhões no Orçamento. Ao longo dos três próximos anos, a estimativa é de R$ 2,9 bilhões. O impacto total, se vingar o acordo com todos os servidores, somente poderá ser estimado depois que for definido o índice de reajuste de cada categoria. Com relação aos professores, o Palácio do Planalto não está disposto a dar um tostão a mais do que já propôs.

Auxiliares da presidente afirmaram que o governo só não apresentou antes uma proposta aos servidores porque não havia fechado os cálculos para o Orçamento de 2013. Na conversa com os sindicalistas, Carvalho adiantou: "A proposta não é a dos sonhos, é a possível."

Muito embora Lula insista que não interveio no assunto, quando conversou com sindicalistas da CUT criticou a falta de "jogo de cintura" dos técnicos do Ministério do Planejamento no trato com os grevistas. Antes dos sindicalistas, o presidente teve uma longa conversa com a presidente Dilma Rousseff.

Além da proposta salarial concreta para o conjunto de servidores, que estava sendo discutida ontem à noite pelas centrais, o acordo do governo também prevê tratamento diferenciado para algumas categorias - militares, por exemplo -, não no que se refere diretamente aos salários, mas a benefícios.

No fim do dia, os agentes da Polícia Federal eram os servidores que ainda demonstravam um alto grau de radicalização. Eles reivindicam reajuste de até 160% em três anos. O diretor da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Pérsio Fagundes, disse que não foi discutida nenhuma tabela de correção salarial na reunião com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. O presidente da federação sindical dos policiais federais, Marcos Winck, prometeu uma "quinta-feira negra" em reação à não apresentação de uma proposta, com operações-padrões em portos, aeroportos e fronteiras.

Enquanto isso, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que está otimista com a possibilidade de fechar um acordo ainda hoje com os técnicos administrativos das universidades federais. Depois disso, é preciso chegar a um consenso no que diz respeito ao cronograma de reposição de aulas, o que deve acontecer nos meses de janeiro, dezembro e fevereiro.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Governo adia reuniões com servidores



Por Lucas Marchesini - Valor 15/08
De Brasília

O secretário de Relações do Trabalho no Serviço Público, Sérgio Mendonça, adiou ontem duas reuniões que tinha agendado no dia anterior para apresentar as respostas do governo a algumas das reivindicações dos servidores. A justificativa que apresentou, segundo os líderes sindicais, é que ele ainda não tinha uma proposta, pois o governo não fechou "uma resposta global aos servidores".

Pela manhã, Mendonça remarcou para sexta-feira um encontro com a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef). A Condsef esperava uma resposta de Mendonça sobre carreiras específicas, como arquitetos e engenheiros.

À tarde, o secretário adiou uma reunião com os representantes dos funcionários do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Revoltados com a falta de resposta do governo a suas reivindicações, dirigentes sindicais e servidores ocuparam a sala de reunião da secretaria.

Os manifestantes somente desocuparam a sala por volta das 19 horas de ontem. Um novo encontro entre os servidores do MDA, do Incra e o governo foi marcado para segunda-feira. Por causa da invasão, outra reunião, com representantes dos técnicos-administrativos das universidades públicas, não pode ser realizada. O encontro foi remarcado para hoje.

Mendonça disse que a expectativa é que os números do Orçamento de 2013 sejam fechados nesta semana. Dessa forma, "as negociações continuarão semana que vem", porque, acrescentou, "qualquer movimento em relação a uma categoria tem que levar em conta o conjunto dos servidores".

Os delegados da Polícia Federal anunciaram que vão paralisar as atividades hoje, por 24 horas, para "cobrar do governo" uma posição para as reivindicações da corporação. A categoria pede reajuste salarial de 30%, realização de concurso público e reestruturação da carreira. Os delegados fizeram ato semelhante no dia 4 de julho.

Os auditores da Receita Federal decidem hoje se realizam uma paralisação de 48 horas nas zonas não aduaneiras, nos dias 23 e 24. A decisão só será divulgada no fim de semana, já que uma resolução depende de assembleias em todos os Estados. Está prevista para hoje também uma marcha dos servidores pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A última edição dessa marcha, no fim de julho, reuniu 10 mil pessoas.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dilma define proposta final para servidores



Por Ribamar Oliveira, Cristiano Romero e Lucas Marchesini - Valor 13/08
De Brasília

A presidente Dilma Rousseff define hoje, durante reunião com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, a política salarial do funcionalismo para o próximo ano e quais categorias de servidores do Executivo terão reajuste salarial. Fontes do governo disseram que o montante destinado ao aumento de salários será "muito pequeno", pois a presidente deseja concentrar os recursos orçamentários em medidas que assegurem a retomada da economia. Poucas categorias receberão aumento, entre elas estão os professores universitários e os militares. Um reajuste linear era considerado como possibilidade remota.

Além de "bater o martelo" sobre a política salarial do funcionalismo, a reunião de hoje terá o objetivo de fazer uma avaliação sobre o movimento grevista dos servidores. A presidente, segundo assessores, não vai ceder aos funcionários em greve. Se os servidores de órgãos cruciais para o funcionamento da economia, como a Receita Federal, não retornarem ao trabalho, a ordem da presidente é que o governo federal assine convênios com governos estaduais para substituir os grevistas, o que é permitido pelo decreto 7.777.

Os dados que Dilma tem recebido da equipe econômica sobre a recuperação salarial dos servidores do Executivo nos últimos anos reforçaram a posição da presidente, de acordo com assessores. Os números mostram que todas as categorias que estão em greve ou em operação-padrão receberam elevados aumentos reais de salários. Essa realidade não muda mesmo quando é considerada a possibilidade, bastante concreta, de que essas categorias não tenham aumento em 2012.

Em dezembro deste ano, por exemplo, o salário final de um fiscal federal agropecuário, cuja paralisação afetou o comércio exterior brasileiro, será de R$ 15,8 mil, quando, em dezembro de 2002 era de R$ 5,2 mil - o aumento real (ou seja, descontada a inflação do período) foi de 71,7%, de acordo com os dados do Ministério do Planejamento que foram repassados a Dilma.
Nesse cálculo do aumento real já foi considerada a inflação prevista para este ano. O salário final de um auditor da receita federal e de um auditor fiscal do trabalho será, em dezembro deste ano, de R$ 19,4 mil, quando era de R$ 7,4 mil em dezembro de 2002 - o aumento real foi de 50,4%.
O salário final de um delegado ou perito da Polícia Federal, que também ameaçam greve, será de R$ 19,7 mil em dezembro deste ano frente a R$ 9,3 mil em dezembro de 2002 - um aumento real de 21% desde então. O salário final de fiscal da Anvisa teve um aumento real de 36,2% - era de R$ 8 mil em dezembro de 2003 e será de R$ 17,49 mil em dezembro deste ano.

O presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), Wilson Roberto de Sá, não contesta os números do governo, mas diz que "o governo só conta a metade da história". Segundo ele, em 2004, somente depois de uma greve de nove dias, o governo estruturou a carreira desses fiscais. "Em 2007 conseguimos um reajuste decente e, talvez, a Dilma esteja fazendo que nem o Lula [o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva], esperando o segundo mandato para dar um reajuste", afirmou.

A presidente do Sindicato Nacional dos Analistas-Tributários da Receita Federal (Sindireceita), Silvia de Alencar, disse que em seu primeiro mandato, o ex-presidente Lula não deu reajuste acima da inflação, mas, no segundo, deu um "reajuste satisfatório" e também reestruturou a carreira. "Entendemos a crise econômica e entendemos os argumentos do governo, mas gostaríamos que o governo entendesse também a nossa demanda", afirmou.

A presidente pretende dar um reajuste maior para os professores universitários e os militares. No primeiro caso, o plano é beneficiar com percentuais mais altos os professores com doutorado, aqueles que registraram patentes nos últimos anos e os que publicaram trabalhos em revistas científicas.

Depois de anunciar esta semana o valor do reajuste, o governo passará a negociar a volta ao trabalho dos servidores em greve.


Em nota, centrais criticam "autoritarismo" do governo

Por Francine De Lorenzo
De São Paulo

Numa declaração de repúdio ao que classificam de "autoritarismo" do governo, as centrais sindicais oficializaram ontem apoio à greve dos funcionários públicos federais. Em nota, CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT afirmam que a decisão do governo de cortar o ponto dos grevistas e de substituí-los por outros trabalhadores serve "apenas para acirrar os ânimos".

"Repudiamos todas as formas de autoritarismo no trato com reivindicações legítimas dos trabalhadores e trabalhadoras do setor público. Solidárias com os grevistas, as centrais sindicais reconhecem que a saída para a paralisação está na disposição das partes sentarem à mesa e negociarem até a exaustão, tendo como perspectiva a solução rápida do conflito, reduzindo, assim, os prejuízos causados aos próprios servidores e à população", destaca o documento.

As paralisações, que atingem dezenas de categorias e já mobilizam cerca de 350 mil servidores, têm por objetivo a obtenção de reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho. Elas atingem o atendimento à população, as operações nos portos, as aulas nas universidades federais, entre outros setores.

"Entendemos que a solução para a greve está na negociação. Não há saída pela repressão. Nem na ditadura se conseguiu acabar com greve por meio do autoritarismo", diz João Carlos Gonçalves, da Força Sindical.
Na quarta-feira, representantes das cinco centrais sindicais se encontrarão, em Brasília, com o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, para discutir assuntos não relacionados à greve dos servidores federais. Na ocasião, entretanto, de acordo com presidente da CTB, Wagner Gomes, haverá uma tentativa de se incluir o tema na pauta da reunião. "Esperamos poder discutir essa questão com a presidente Dilma", ressaltou Gomes.

"Nosso objetivo é tentar retomar o diálogo. O governo tem se mostrado inflexível, ao afirmar que não tem como negociar porque não há recursos disponíveis. A principal preocupação está sendo o superávit primário. Essa é uma opção política", acrescentou.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Matérias "plantadas" na mídia tentam desmoralizar servidor público



No editorial de hoje, o jornal Valor Econômico abandona o bom jornalismo e escancara seu posicionamento preconceituoso e retógrado de que o serviço público no Brasil é ruim e por isso os salários devem ser mais baixos e servidor público é o que serve à iniciativa privada.

Pelo que deixa a entender o deplorável texto abaixo transcrito, como o entretenimento também é um serviço para o público em que, após o ato, os servidores passam o chapéu para recolher as moedas, notamos falhas na identificação dos donos do governo, digo, circo,  e de quem vem a apresentação a seguir, malabaristas ou palhaços?

Starnet  - Editoria

Greve do setor público se alastra e acua o governo

Valor Editorial 10/08
As greves se alastraram no setor público, elevando os prejuízos e transtornos para a população. Para os empresários, as operações nos portos do país, que nunca foram um modelo de eficiência, praticamente estancaram com a paralisação dos funcionários da Anvisa e a operação padrão da Receita Federal. Os fiscais da Agricultura deixaram de ir ao trabalho e a inspeção da carne produzida por frigoríficos e aviários deixou de ser feita na escala necessária. A população, em geral mal servida e maltratada quando precisa do serviço público, convive com apagões localizados de atendimento. Estudantes das universidades federais não têm aula há mais de três meses, enquanto motoristas, a passeio ou trabalho, foram submetidos a um congestionamento e revistas abusivas patrocinados pela Polícia Rodoviária Federal.

Por muitos motivos os funcionários públicos deveriam ser trabalhadores como todos os outros e por poucos, um trabalhador diferente. Serviços públicos são essenciais e sua privação acarreta danos materiais ou físicos a vastas camadas da população, como no caso da paralisia de hospitais, por exemplo, ou da segurança pública. O direito de greve foi assegurado pela Constituição, com alguns contrapesos indispensáveis, como a obrigatoriedade da continuidade do trabalho com pelo menos um terço do efetivo realizando suas tarefas normalmente etc. Entretanto, alguns desses limites necessários, que existem para proteger a população, só são respeitados depois que os governos recorrem à Justiça. Em boa parte dos casos, os danos à população já foram consumados.

Em geral, os governos têm de recorrer à Justiça como primeira arma, pelas falhas legais que perpetuam uma distinção injusta entre os funcionários públicos e o resto da população que lhes paga os salários. É pouco frequente o desconto dos dias parados nas longas greves públicas, de forma que há um incentivo implícito à descontinuidade do serviço até que as reivindicações sejam aceitas. Numa paralisação, o tempo é um dos trunfos principais da disputa, porque ele mede o período pelo qual as partes podem ficar sem receber salários, no caso dos empregados, ou sem bens produzidos, no caso dos empresários. No setor público, o patrão é o Executivo, mas o que deixa de ser realizado são bens públicos.
Além de realizarem greves que dificilmente vai lhes pesar nos bolsos, os servidores públicos também não precisam temer a maior ameaça que pesa sobre os trabalhadores privados: a demissão. Há poucas coisas tão sagradas no país quanto a estabilidade do servidor público. Há 99% de chances de os atuais grevistas, mesmo se perderem a disputa, voltarem para seus trabalhos sem que nada lhes tenha ocorrido. Dessa forma, é fácil explicar a valentia de alguns dos sindicatos do funcionalismo. Não há represálias a recear.

Um dos motivos para a criação da estabilidade no setor público foi o de proteger o servidor das vinganças ou oportunidades políticas dos partidos no poder. Isso não evitou outro mal. Em várias franjas do funcionalismo, formaram-se condomínios partidários de indicações políticas de pessoas que se mantêm no cargo ou são promovidas sem que isso tenha qualquer relação com competência ou mérito.

Na média, os servidores públicos têm ainda outra vantagem - sua remuneração é maior do que a do setor privado. É inegável que vários setores que estão na linha de frente do atendimento à população, como os funcionários da Saúde, por exemplo, ganham pouco. Esse não parece ser o caso do auditor fiscal, cujo salário inicial é de R$ 13,6 mil, ou de um agente da Polícia Federal, que inicia carreira recebendo R$ 7,5 mil. Um novato na polícia rodoviária federal tem salário de R$ 5,8 mil.

Em duas etapas no governo Lula os reajustes dos servidores foram de 170% e o gasto per capita do Estado com os servidores saiu de R$ 2,8 mil para R$ 7,7 mil de 2003 para hoje ("Folha de S. Paulo", 9 de agosto) e os aumentos chegaram a 100%.

É preciso encontrar fórmulas de evitar a corrosão do poder aquisitivo dos funcionários públicos, que precisam de reajustes como os demais trabalhadores. Mas suas reivindicações, a serem pagas por quem não ganha tanto quanto eles, precisam se adequar à evolução das receitas, da produtividade e da qualidade dos serviços prestados - muito baixa em geral. Da mesma forma, o Estado precisaria obter instrumentos mais efetivos para proteger a população no caso de greves como as de agora.