quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Jogo de truco



Via *Erdanet

Por Paulo Afonso da Mata Machado


Certa vez, estava disputando uma partida de truco em um churrasco, onde havia muitas pessoas esperando sua vez de jogar. Combinamos, então, que a dupla que perdesse a queda sairia para dar lugar a outra.


Os adversários já tinham um jogo. De repente, trucaram. Já pensava em correr, mas meu companheiro queria aceitar o truco. Contei os tentos dos adversários e vi que eram oito. Ora, para aceitar o truco, somente gritando “vale seis”. Foi o que fiz.

Para encurtar a história: vencemos a rodada. Era um blefe do adversário.

Por que estou contando essa história? Por que também blefei e perdi.

A proposta 5,5,5 vazou antes mesmo que viesse a público. Já tinha ouvido falar nela antes de ser apresentada oficialmente.

Como não esperava absolutamente nada para 2013, achei-a fantástica. Minha intenção era aprovar a proposta tão logo fosse colocada em votação.

Conversando com vários colegas, fui convencido de que essa seria a proposta mínima, ou seja, o piso. 5,5,5 já estavam garantidos. Assim, votei no indicativo do Sinal de que a proposta era “insuficiente”.

Na nova assembleia, em conjunto com outras categorias, a proposta foi novamente colocada em votação. Dessa vez, minha intenção era aprová-la. Enquanto os sucessivos oradores se revezavam, eu fiz uma consulta entre os colegas e percebi que a tendência era de rejeição à proposta, o que ficou mais claro quando foram apresentados os resultados das votações em outras regionais.

Percebi que era hora do blefe. Se votasse a favor, iria enfraquecer o resultado, que já sabia qual era. Votando contra, fortaleceria a posição e o Governo poderia melhorar a proposta.

Blefei e perdi.



Paulo Afonso da Mata Machado é analista da ADBHO


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