quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Estudo sobre perdas salariais

Acredito serem oportunos alguns esclarecimentos sobre o tema abordado, para que possamos chegar ao melhor termo para todos nós, dentro da realidade que se nos apresenta:

1. A campanha salarial vem sendo desenvolvida em duas frentes, e paralelamente ao processo de aprovação da nossa pauta pela base de servidores do Banco Central, a saber: um grupo amplo de 32 entidades do serviço público federal que, com suas marchas e mobilizações conjuntas, foi responsável pela abertura das negociações com a Ministra Miriam Belchior, em abril último, e pela instalação da Mesa geral de negociação; as entidades do núcleo financeiro – nós mais a Susep e a CVM – e do ciclo de gestão, em outras palavras a turma que recebe o mesmo subsídio que os nossos especialistas;

2. Tanto em uma como em outra frente, o item número 1 foi o reajuste linear emergencial de 14.17 % (PIB + IPCA de 2010), em que pese a pauta do Sinal, discutida na AGN, ser de 15%. É bem verdade que nem todas as entidades do fórum geral estavam confortáveis com essa prioridade, visto que há acordos antigos de recomposição salarial que não foram implementados, a velha história de farinha pouca,...;

3. Na condução do processo com a Mesa geral, o SRH procurou dividir a bancada, com boa dose de sucesso, argumentando que as perdas não foram lineares e que várias categorias tiveram aumentos e recomposição substancial no governo Lula, e citou como exemplos os índices de correção da Advocacia, Auditores Fiscais e Especialistas do Banco Central, estes com ganhos acima da inflação entre 50 e 150%, aproximadamente;

4. O estudo que apresentamos objetivava desdizer essa falácia, reconhecemos que houve recuperação do poder de compra durante o segundo mandato do Lula, mas ao mesmo tempo perdas se acumularam desde, pelo menos, a conversão do quadro para o RJU, conforme mostrou o estudo;

5. A negociação migrou para mesas específicas, e o Sinal e seus pares pugnaram para além dos 17% de perdas recentes – você bem lembrou que nosso último reajuste foi em 2008, embora o governo no seu legítimo papel venda a idéia de que foi no ano passado -, exigindo 90,25% do subsídio do Ministro como teto reconhecido do Executivo e paridade dos técnicos em 2/3 dos analistas para 1.1.2012;

6. O fórum geral não se desmobilizou, vez que oficiou à Ministra sobre o impasse da mesa e marcou mobilização para a semana de 22 a 26.8 para exigir empenho do governo para que o Orçamento assegure a reposição das perdas, o que representa um recuo diante do reajuste emergencial pedido mas mantém a pressão por reajuste geral;

7. Em breve reuniremo-nos em Assembleia para decidir se seguimos em ambos os barcos, em somente um deles ou naveguemos sós, e de que maneira faremos isso.
Copiei os presidentes nacional e regional do Sinal para que se inteirem do nosso diálogo.

Iso Sendacz
Diretor de Relações Intersindicais


Evolução salarial x inflação – estudo apresentado pelo Sinal

Foi entregue ontem, pelo Sinal ao Sr. Secretário Duvanier, o documento “BCB – evolução salarial vs. inflação”, ilustrado com gráficos que pretendem comparar a evolução salarial ocorrida de dezembro/96 até julho/2011 com a evolução salarial, se tivesse acontecido pela variação do IPCA do período. Os gráficos que compõem o tal documento, demonstram que no citado período, os salários evoluíram mais que a inflação medida pelo IPCA para os diversos grupos de servidores apresentados, com exceção dos Técnicos com 5 anos de serviço.

Em outras palavras, os gráficos mostram que, no quesito “variação salarial”, não temos do que nos queixar. Resta, demonstrado pelos tais gráficos, que temos “perdas acumuladas”, contidas nos períodos em que os gráficos se afastam. Ora, a meu ver, o momento não é de brigar por “perdas acumuladas” – que por mais que queiramos, nunca vamos recuperar, e sim, pleitear por reajuste salarial já. Temos a nosso favor, o fato de o último acordo ter ocorrido em 2008 e, de lá para cá o IPCA variou mais de 17% e é nessa tecla que temos de bater forte. Além disso, a nosso favor pesa a diferença que existe entre o nosso maior salário e o teto salarial constitucional do serviço público. Na minha opinião, os tais gráficos são “um tiro no nosso pé”.

●Orlando Amado de Freitas Filho – Depec – Salvador

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