segunda-feira, 9 de abril de 2012

O colega Saulo Batista Jansen foi estupidamente assassinado

O colega Saulo Batista Jansen, do DEINF/DISIN, 1 ano e sete meses de BACEN, foi estupidamente assassinado ao levar um tiro no peito em um bar na 413 norte.

Um ladrão de 21 anos roubou um laptop nesse bar e um cliente e um garçom saíram em perseguição.

O ladrão então virou-se e disparou.

O Jansen, que não tinha nada a ver com a coisa, e estava no bar sentado a uma mesa com a mulher, o filho recem nascido e dois casais de amigos, foi atingido no peito.

Levado ao HBB, foi submetido a cirurgia mas não resistiu.

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Por favor, divulgue.

Fernando Celso Souza



Pernambucano assassinado em Brasília foi sepultado no dia do aniversário


Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

09/04/2012
07h31
Tristeza


O parabéns para você foi à beira da cova. Em meio ao verde do Cemitério Morada da Paz, no Grande Recife, palmas ocuparam o silêncio. E com flores e lágrimas, dezenas de familiares e amigos de Saulo Batista Jansen se despediram às 12 h de ontem, dia do seu aniversário de 32 anos, do pernambucano morto com um tiro no peito na Sexta-feira da Paixão, em Brasília. A bala foi disparada aleatoriamente por um jovem de 21 anos que acabara de assaltar uma cliente da lanchonete onde Saulo estava com a mulher, a filha de quatro meses e dois casais de amigos. No velório, seu sorriso era a primeira lembrança mencionada por parentes. E a frase dita pelo pai e repetida pelos primos resumia o sentimento da família: “Onde quer que atirassem em Saulo Jansen o tiro acertaria seu coração, porque é tão grande quanto ele”, disse o empresário Roberto Jansen.

A dor e a saudade não deixaram espaço para rancor e revolta. Nas três horas de velório, nenhuma declaração à imprensa de raiva em relação ao assassino, detido algumas horas depois do crime sob acusação de autoria de latrocínio (roubo seguido de morte). “Ninguém sabe quem é o cara, nem quer saber. Não quer saber se ele vai ser condenado ou se não vai. Ele é só mais um. Para a gente, importa uma briga maior, uma briga contra a violência. Esse cara (o autor do disparo) é zero. É um dos milhares que estão por aí”, disse o tio Wilame Jansen, 73, que assumiu o papel de porta-voz da família durante o velório e o enterro.

Sempre que lhe perguntavam sobre o temperamento do seu sobrinho Saulo, Wilame preferia exemplificar a elogiar. Dizia que a tendência natural é tecer milhares de comentários positivos após a morte de alguém. Ao invés disso, preferia mostrar como Saulo era querido e vivia cercado de amigos. Seu e-mail, conta, está lotado de mensagens de carinho. Muitas de gente que ele nem conhece. “Até da turma de concurseiros do Banco Central”, disse.

Seu jazigo foi coberto por um manto de flores, formado pelas coroas enviadas à família. “O dia do aniversário dele é o mesmo do nascimento de Jesus”, disse um de seus primos. “Ele era a pessoa que mais sabia rir nesse mundo”, falou a prima Ana Carolina Torres.

Despedidas

No Facebook, mensagens de dor e de saudade. “É triste acreditar no que não queremos…desejar o que não queremos. Onde, na verdade, deveríamos estar parabenizando mais um ano de vida… e termos que desejar um ‘descanse em paz’”, escreveu Roberta Albuquerque, uma das 313 amizades com quem Saulo mantinha contato por meio da rede social.

“A dor é grande demais. Pela minha, eu fico imaginando a dos pais, da mulher e da irmã dele”, disse o tio Wilame Jansen. A maioria dos familiares, incluindo os pais, a esposa e a irmã de Saulo preferiram não prestar declarações à imprensa. Mas, sempre cordiais, permitiram que os repórteres acompanhassem e registrassem a despedida. Saulo havia manifestado o desejo de ser cremado, o que não foi possível por se tratar de um crime, situação em que pode haver necessidade de exumação. Quando houver a liberação judicial, é possível que os restos mortais de Saulo, que era servidor do Banco Central, em Brasília, sejam cremados. Ele era o filho do meio de uma prole de três. O mais novo, Daniel, faleceu há cerca de 10 anos, quando estava na casa dos 20, de uma doença degenerativa que causava paralisia. Contando com os dois e um primo também falecido, a família contabilizava 32 primos. Além dos pais, da esposa e da filha, Saulo deixou a irmã mais velha, Roberta Jansen, que, ao fim do enterro, saiu de perto do jazigo chorando, com um terço na mão.

DEPOIMENTOS

Pra todo mundo que não conhecia o Saulo, tenha a seguinte certeza: perdemos um dos melhores da nossa raça. O Saulo era a definição do bom humor e energia positiva. Era o cara que sempre te recebia com um sorriso e com alguma piada. E com aquele sotaque sempre dizia, ‘E ai, Dr. Persiano?’. Era acima de tudo um cara bom. Coração bom, sabe? O Saulo foi pro Banco Central porque queria voltar pra Recife. Ele queria ficar perto da família dele. Infelizmente, ele não vai poder se despedir de ninguém. E alguém vai ter que explicar para filha dele que o pai não estará por aqui nas festas do colégio. E alguém vai ter que dizer para os amigos que o Saulo não estará mais presente para alegrar as reuniões. E acima de tudo, quem vai explicar para os pais dele que o filho deles não estara presente no próprio aniversário? Pois é. O Saulo faria 32 anos amanhã (ontem), Domingo de Páscoa. E ele foi assassinado brutalmente por um desgraçado que terá todo o direito a ampla defesa. E daqui a 5 anos, ou antes, esse mesmo desgraçado estará solto para aterrorizar de novo. O Saulo não vai mais comemorar 32 anos. Ele também não vai mais cuidar de sua filha. Que a sua filha seja a lembrança da felicidade e da paz que você nos passava. Saulo, que essa seja a homenagem que não pudemos fazer para você. E que Deus te guie para o lugar que merece: ao lado Dele. E qualquer dia desses nos reencontraremos novamente para mais uma partida de vôlei. Um abraço e paz.”

Ronaldo Persiano

amigo de Brasília


Aos familiares do colega Saulo Batista Jansen,

Apresento meus votos de profunda consternação e solidariedade neste momento de dor. Tenho certeza que, como eu, os servidores do Banco Central associam-se à família lamentando a precoce despedida não só de um dedicado e talentoso profissional, mas também do colega reconhecido pelo caráter e pela brandura. Às jovens esposa e filha, remeto meus melhores sentimentos, desejando-lhes força nesta fase de superação.

Alexandre Tombini (*)

Brasília D.F., 7 de abril, 2012

(*) presidente do Banco Central

Ele tinha um coração tão bom que diria que o cara que fez isso não merecia cadeira elétrica. Enquanto as leis não meterem medo em bandido, será assim. A revolta só não é maior que a certeza que a punição não será à altura do assassino”

Erich Wander Beall

amigo de Brasília

Caros colegas do Bacen,

Hoje escrevo para aqueles que não tiveram a sorte de conhecer o colega Saulo Jansen [foto], que teve sua vida estupidamente interrompida na noite da última sexta. Gostaria de deixar algumas palavras para que saibam a grande perda que o mundo sofreu com esse crime absurdo.

Saulo era o tipo de pessoa que qualquer um gostaria de ter como amigo. Sempre com um sorriso no rosto, alegre e positivo, um jeitão tranquilo que trazia leveza a qualquer ambiente. Nunca o vi de mau humor. Nunca o vi falar mal de alguém.Tratava bem a todos sem distinção,era humilde e generoso. Nunca deixou que seu jeito brincalhão interferisse no zelo, responsabilidade e competência com que exercia suas atividades profissionais. Falava da família sempre com muito carinho e orgulho, tinha muito carisma com crianças e certamente seria um grande pai para a pequena Alice e para os outros dois filhos que ainda planejava ter. Era cheio de vida e tinha uma invejável disposição para atividades físicas, notadamente o ciclismo.

Eu havia ficado feliz ao vender a ele no ano passado um apartamento onde passei ótimos momentos. Alegrava-me a ideia de que ele seria também feliz lá com sua linda família que se formava. Alegrava-me o fato de que estaríamos morando a poucos metros de distância e nossas pequenas poderiam brincar juntas e estudar na mesma classe. Lembro-me de ter ouvido no último sábado nesse apartamento, enquanto tentava prestar solidariedade à família, alguém dizer sabiamente: "Pessoas boas só deviam morrer de velhice". É verdade, devia haver uma lei natural do Universo que determinasse que gente como Saulo só deveria partir após longos e bem vividos anos. E também que nenhuma mãe ou pai, como Carli e sr. Roberto, precisassem passar pela dor de enterrar um filho. E que nenhuma criança como Alice ficasse sem um pai. E que nenhuma esposa como Roberta perdesse seu parceiro amado no auge de suas vidas.

Saulo foi enterrado hoje no dia em que completaria 32 anos. Seu desejo era ser cremado, pois não lhe agradava a ideia das pessoas chorando ao visitar seu túmulo. Infelizmente em casos de homicídio a cremação não costuma ser autorizada enquanto corre o processo penal. Saulo era assim, mesmo quando pensava na morte não queria o sofrimento daqueles que lhe queriam bem.

Então pensemos em Saulo com a mesma alegria que ele imprimiu em sua vida e que sua passagem seja um símbolo de que essa escalada da violência precisa de um basta. Posso dizer que guardo comigo a felicidade de poder ter a honra de tê-lo conhecido e a tristeza de que tenha sido por tão pouco tempo. Certamente todos que passaram por sua vida o guardarão em suas lembranças e seus corações com muito carinho e saudade.

Desejo à família desse cara para lá de especial a força necessária para seguir em frente e criar a bela Alice de forma que ela se torne um exemplo de vida, como foi seu pai. Para finalizar, deixo uma citação que li atribuída ao sr. Roberto Jansen, pai de Saulo:

“Onde quer que atirassem em Saulo Jansen o tiro acertaria seu Coração, porque é tão grande quanto ele”.

Tiago Guimaraes Schumann – Deinf – Brasília



O pai, a mãe e a esposa, além de outros familiares e amigos, acompanharam neste domingo (8/4) o velório e o sepultamento de Saulo Batista Jansen (foto), no cemitério Morada da Paz, em Paulista, cidade localizada há 17 km de Recife, capital pernambucana. Ele, que era funcionário do setor de informática do Banco Central, completaria 32 anos hoje [ontem].


Durante o velório, os familiares apenas informaram que estão sentindo muita falta de Saulo e não estão preocupados com o assassino. Os parentes ainda disseram que ele era muito tranquilo e sorridente. Dois funcionários do Banco Central acompanharam o sepultamento representando o presidente da instituição, Alexandre Tombini.

No fim da noite da última sexta-feira (6), a polícia prendeu Tiago Pereira Andrade, de 21 anos, que confessou ter cometido o assassinato. O pernambucano faleceu após um assalto em uma lanchonete na Quadra 413 Norte, no Distrito Federal, sexta-feira. De acordo com testemunhas, por volta das 20h, um homem armado tentou roubar um laptop e a bolsa de um casal que estava sentado no estabelecimento. Para evitar o crime, um cliente e um garçom correram atrás do ladrão. No momento da perseguição, o bandido se virou para trás e fez um disparo. O tiro acertou Saulo, que foi levado ao Hospital de Base em estado grave. Atingido no peito, ele passou por cirurgia, mas não resistiu. Saulo Jansen estava com dois casais de amigos, a esposa e a filha. O grupo tinha acabado de pedir a conta para ir embora, quando Saulo foi baleado.

Saulo morava em Brasília há mais de sete anos. Ele esteve pela última vez no Recife em fevereiro, para o aniversário de uma de suas sobrinhas, que era sua afilhada. Saulo deixa a esposa Roberta e uma filha, Alice, que irá completar cinco meses. Ele estudou no Instituto Capibaribe e na Universidade Federal de Pernambuco, no Centro de Informática. Trabalhou no Tesouro Nacional e, em 2010, havia feito novo concurso, para o Banco Central, pois pretendia pedir transferência para o Recife.



José Rafael Albuquerque Cunha – Deliq – Rio de Janeiro

Violencia absurda da falta de seguranca....A vida de alguem vale um laptop num país chamado Brasil...Quero ver se os orgaos e entidades que defendem direitos humanos vao fazer alguma coisa a respeito da seguranca.. Se vão exigir alguma providencia contra um processo que mata e  abusa todo o dia contra os direitos humanos..

Nids


Frequentadores de lanchonete da 413 Norte farão protesto por segurança


Ariadne Sakkis
Para protestar contra a violência em Brasília, ciclistas e frequentadores da lanchonete onde Saulo Jansen foi assassinado farão uma manifestação. O encontro será na 413 Norte, mesmo local em que o analista do Banco Central perdeu a vida. O protesto acontecerá na próxima quarta-feira (11), às 20h.

O dono do restaurante, Pedro Parreira, e o grupo Pedal Norturno organizaram um ato de homenagem a Saulo, que adorava pedalar nas horas vagas. Eles também pretendem repudiar a falta de segurança no Plano Piloto e em outras áreas da cidade. A expectativa dos organizadores é reunir pelo menos 300 pessoas. A mensagem divulgada pelo grupo de ciclismo expressa a tristeza com a morte do rapaz e com a perturbação da paz na entrequadra da lanchonete Bendito Suco, considerada o refúgio dos ciclistas na capital dos carros.

"Como qualquer um de nós, Saulo havia terminado o seu pedal e foi interagir com os amigos, como costumamos fazer, e não voltou para casa. Nossos amigos sofreram uma violência terrível em um espaço que sempre inspirou a paz. Lá, nos sentimos em casa e somos recebidos com os braços abertos e com muito carinho", descreveu a integrante do Pedal Noturno, Kátia Rodrigues.

Para Pedro Parreira, responsável pela casa, o episódio rompeu uma tradição de tranquilidade da lanchonete. "Nunca aconteceu nada disso aqui, mas não podemos nos calar. Estamos muito chateados e vamos prestar todo o apoio à família do Saulo", disse.



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