segunda-feira, 16 de julho de 2012

Esse trem não dá marcha à ré



Por Orlando Amado


“Há um contingente de aproximadamente 110 mil servidores, e caso não haja nenhuma sinalização por parte do governo federal até o dia 31 de julho, todas as entidades entrarão em greve por tempo indeterminado a partir da primeira semana de agosto.” (é o que diz Sérgio Belsito, presidente nacional do Sinal).

As categorias agrupadas sob a bandeira “carreiras típicas de estado” estão dando tempo demais para o governo continuar com sua cantiga de que “tem até o dia 31 de agosto para negociar”. Já vimos esse filme. Foi o que foi dito em 2011 e quando as categorias pensaram em se articular para reagir, não havia mais tempo para isso; não se poderia mais incluir as reivindicações na LDO de 2012. Agora, todas sentem a perda de ¼ do poder aquisitivo de seus salários. E o trem está passando.

O governo enfrenta uma onda de greves e paralisações de servidores e, além de não apresentar qualquer proposta de negociação, se utiliza de instrumentos infraconstitucionais com o claro objetivo de constranger e intimidar os trabalhadores em greve. Foi nesse clima que, com muita luta e determinação, após já quase dois meses de greve, os professores das universidades federais conseguiram proposta de um reajuste salarial entre 12% e 40%.

Quando se decidem pelo movimento paredista os trabalhadores estão sujeitos a riscos dessa natureza, mas devem permanecer firmes. Quem adere à greve com convicção do direito que tem, não vai ter medo de ameaça, publicada para amedrontar a categoria. Em resposta, o recado deve ser claro, não há outro caminho a não ser a mobilização, forte, conjunta, unida, constante. A melhor defesa é o ataque. A hora é essa. Temos que pegar esse trem.

A única linguagem capaz de sensibilizar o governo, a única que ele vai reconhecer deve partir dos comandos de greve, senão só em 2014, quando mais de 30% dos salários estarão corroídos pela inflação. Todos têm que fazer a sua parte, dar sua contribuição, dedicar uma parte de seu tempo. O interesse é pessoal e coletivo, ao mesmo tempo. A luta torna-se mais forte e com maiores possibilidades de vitória quando todos participam. Lembremo-nos que “esse trem não dá marcha à ré.



Orlando Amado de Freitas Filho

Servidor aposentado/Ba

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