segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Servidor público terá fundo de índica na bolsa

FSP 01/08

Época de crise, mau humor e baixa generalizada nos mercados de ações. Para resistir às turbulências da Bolsa de Valores nesses momentos de alta volatilidade, a receita é uma só: investir em papéis de concessionárias de serviços públicos, que agora terão um novo fundo de índice negociado diretamente no pregão da BM&F Bovespa como uma ação.

Esse tipo de fundo é chamado de ETF. Além da facilidade de negociar o papel, a vantagem é a taxa de administração, que deve ficar próxima de 0,69% --custo de fundos de índices setoriais administrados pela Blackrock, maior gestora do segmento no mundo.

O fundo de empresas concessionárias terá em carteira ações dos ramos de saneamento, distribuição e transporte de eletricidade.

Os papéis de empresas de serviços públicos são chamados de "ações de viúva", por terem pouca oscilação e manterem uma receita estável independentemente do desempenho da economia.

O motivo é que, por pior que sejam as perspectivas, dificilmente as pessoas deixam de pagar no final do mês as conta de água, luz e gás.

Neste ano, o Ibovespa derreteu 15,1%; já o Índice de Utilidade Pública da BM&FBovespa, que reúne as principais concessionárias, teve alta de 8,3%.

"O índice de 'utilities' tem tudo a ver com esse momento dos mercados. Tem muita procura e muito interesse por esse tipo de investimento", disse André Ribeiro Turquetto, diretor da Blackrock.

A Blackrock ganhou no mês passado a concorrência realizada pela BM&FBovespa para fazer o ETF de concessionárias e prepara o lançamento do novo fundo setorial ainda neste ano.

A gestora já administra o Bova11, principal fundo de índice do país, que segue o desempenho do Ibovespa.

Também faz a gestão dos fundos do setor de consumo, construção civil e pequenas e médias empresas.

AÇÃO DE VIÚVA

As concessionárias são todas empresas maduras, estáveis e que quase não precisam fazer investimentos para se manter no jogo --ela já ganhou a concessão, seu principal patrimônio.

Por esse motivo, sobra mais dinheiro para pagar dividendos polpudos para os acionistas --daí o nome de "ação de viúva".

O problema é que os índices e ações desse setor também ficam na lanterninha do mercado e dos principais índices da Bolsa em épocas de euforia nos mercados.

Em 2009, ano em que o Ibovespa disparou 82,7%, o índice de serviços de utilidade pública da BM&FBovespa teve alta de 52,9%.

Neste ano, o índice de concessionárias de serviços públicos é um dos poucos do país no azul, com alta de 8,3%.

O índice da construção civil já perde 17,2% e o de pequenas empresas, 10,7% em 2011. O índice do setor de consumo mantém baixa de 9,4% e o de empresas com boa governança corporativa, 12%.

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