segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Pérolas e fatos
Sobre duas "pérolas" que circularam:
"Neguim põe a faca no teu pescoço e querem que aceitemos??"
- Se alguém coloca a faca no meu pescoço, mesmo não concordando e "ficando puto", eu não reajo, entrego a carteira e o celular, depois faço BO na delegacia, mas sigo vivo para desfrutar da vida e cuidar da minha família.
- Se alguém me aponta uma arma de fogo, mesmo não concordando e "ficando puto", eu não reajo, entrego a carteira e o celular, depois faço BO na delegacia, mas sigo vivo para desfrutar da vida e cuidar da minha família.
"Não aceitar para mantermos nossa honra".
- Em nenhum momento se esteve negociando a honra. Apenas se negociou remuneração.
Se alguém estava negociando "honra", estava negociando só a dele. A honra é inegociável. E em nenhum momento esteve em negociação.
Perdemos dinheiro.
Recusou-se um aumento de fato por outro ideal ano que vem.
- Optou-se por "2 pássaros voando ao invés de 1 na mão" e, na discussão, não se percebeu que não havia 2 pássaros voando, apenas 1 e sua sombra na nuvem...
A partir de agora torço para eu estar totalmente errado em meus prognósticos (que em 2013 para valer em 2014 o Governo NÃO nos dará NADA ACIMA do que foi dado este ano aos que fecharam acordo - até para não recompensar os "rebeldes" frente ao servidores públicos, incentivando "rebeldias" generalizadas).
Espero muito que o "prognóstico" dos que acreditam que se arrancará mais do Governo em 2014 esteja totalmente certo.
PS.: A AGU, na carta de aceitação, deixou claro que a aceitação agora não significava a "não mobilização" por melhoras em 2013, 2014.
Diagnóstico falho
"Diagnóstico" errado + Omissão da maioria + Sintbacen agindo com todas as forças para recusar a proposta = Proposta recusada - a "maioria silenciosa" que sempre ganhava às custas dos que se mobilizavam, pela primeira vez, perdeu!
Em mobilizações anteriores convocava-se assembleia em cima de assembleia para mudar o resultado da votação da assembleia anterior.
Mas agora, ACABOU. O Governo não aceita mais negociar e já publicou no DOU os reajustes das categorias que aceitaram.
Uma lição (certamente não a única):
A recusa em Assembleia do acordo foi resultado de um "diagnóstico"(???) de que se conseguirá mais em 2013 para valer em 2014 dominante entre os participantes nas assembleia.
Diagnósticos, muitas vezes, são equivocados.
Mas esse foi o "diagnóstico"(???) que prevaleceu entre os que participaram.
Se esse "diagnóstico"(???) não representava o pensamento da maioria do BCB e mesmo assim foi aprovado, a "culpa" é, essencialmente, da OMISSÃO da maioria (principalmente analistas).
Essa maioria silenciosa sempre "ganhou às custas dos que se mobilizavam".
Agora, pela primeira vez, perdeu.
Em paralelo à omissão da maioria - menos importante, mas também importante - está a ação LEGÍTIMA do Sintbacen na defesa do interesse dos técnicos que lutou bravamente para rejeitar a proposta como forma de impedir qualquer ganho geral que enfraquecesse sua agenda específica: nível superior e subir de 30% para 70% a relação do salário com os dos analistas. Estão de parabéns por saberem identificar suas prioridades e lutarem aguerridamente por seus objetivos.
Estrela
Nota de Esclarecimento do presidente do Sinal
Senhores Editores,
Peço a gentileza de publicarem esta nota.
Att, José Ricardo
Prezado(a) servidor(a) e filiado(a),
Foram quatro meses de campanha intensa. De maio, quando realizamos três assembleias até esta última semana de agosto. Esse período foi marcado pela aproximação e trabalho conjunto das entidades representativas das carreiras de Estado, que resultou na União das Carreiras de Estado (UCE), por mobilizações conjuntas e isoladas e por movimentos de paralisações e greve, nos quais uma parcela substantiva dos servidores do BCB participou.
De um cenário onde as carreiras de Estado não alcançariam nenhum reajuste, essa união e a mobilização dos servidores do BCB levou à conquista da proposta de 15,8% nos próximos três anos. Proposta considerada insuficiente, por algumas carreiras, entre elas nós servidores do Banco Central, dado as perdas reais dos anos anteriores e as possíveis perdas nos primeiros anos do governo que tomará posse em 2015.
São importantes alguns esclarecimentos, dado o desencontro de informações dos últimos dias. É inequívoco para nós o desejo da ampla maioria pela rejeição da proposta, expressa em assembleia no dia 28 de agosto em todo o Brasil. É também inquestionável a grande participação dos servidores em Brasília e no Brasil, alcançando aproximadamente 40% e 35%, respectivamente, entre os servidores da ativa.
Após nossa assembleia estivemos reunidos no dia 28 à noite com as carreiras do Ciclo de Gestão e no dia 29 pela manha com a União das Carreiras de Estado, na sede do Sindifisco. Em ambos os encontros discutiu-se as dificuldades que os servidores enfrentarão em 2013 e a movimentação da Receita e da AGU para tentar negociar uma conquista adicional, ainda que não financeira, para poder reexaminar e colocar a proposta em votação de novo. Diante deste quadro, e da possibilidade de o Banco Central, CVM e Susep serem os únicos órgãos participantes da UCE a não assinarem o acordo, decidimos conjuntamente trabalhar para conseguir uma conquista adicional para dar aos servidores do BCB a chance de reexaminar a questão, como estavam fazendo a AGU e a Receita. Nesse caso, a CVM e a Susep seguiriam em conjunto com o BCB.
Procuramos a direção do Banco Central para discutir uma conquista adicional. Várias possibilidades foram aventadas, mas chegamos a um acordo que encaminharia para discussão um realinhamento nas tabelas salariais entre cargos e carreiras do BC, que significaria estudar a aproximação do salário dos analistas aos dos procuradores e dos técnicos aos analistas, sem meta, nem definição de prazo para implementação. A direção também acenou com uma política de flexibilização de horário, que deverá ser implementada em seguida. Em face disso aguardamos até a madrugada do dia 29 um convite para conversarmos com o MPOG. É provável que a oposição de sindicatos dentro do BCB tenha contribuido para que este convite não ocorresse. Na manhã do dia 30 fizemos plantão na Secretaria de Relações do Trabalho do MPOG até sermos atendidos pelo Sérgio Mendonça e posteriormente pelo secretário executivo adjunto Valter Correia.
O MPOG se mostrou irredutível quanto o encaminhamento das discussões do realinhamento, a não ser que fosse feito, como na AGU, onde houve criação de um GT. Conseguido o aval da direção do BCB para a criação do GT, era preciso superar o prazo dado pelo governo de encerrar as negociações às 10 horas daquele dia. Diante da nossa intenção de oferecer ao servidor do BCB uma nova oportunidade de apreciar a questão, juntamente com o compromisso de criação de um GT para discutir o realinhamento interno, o MPOG nos prometeu buscar uma ampliação do horário. Trouxemos a questão para ser avaliado pelo Conselho Nacional do Sinal.
O fracasso das negociações com a Receita no dia 29, que acabou reencaminhando o indicativo para uma segunda rejeição à proposta do governo, aliado às divergências internas do BCB, expostas em informativo pela em direção do SinTBacen, reforçou a intransigência do Governo que preferiu encerrar o prazo na manhã do dia 30, apesar de nossa insistência para permitir ao servidor do BCB reavaliar a questão.
Não aceitamos a acusação de golpe contra a democracia feita em informativo do SintBacen. A democracia ouve a voz da maioria mais de uma vez, se for necessário. O desejo de reexaminar a questão nos foi trazido por incontável número de servidores, inclusive em abaixo-assinados, muitos preocupados com a possibilidade de os auditores da Receita e os advogados e procuradores da AGU reverem suas posições. Cientes da obrigação de ouvir nossos filiados e os servidores de Brasília e da possibilidade de estarmos sós na campanha salarial de 2013, buscamos uma melhora na proposta, que justificasse ouvir mais uma vez a voz dos servidores do Banco Central. Não ouvi ninguém acusar a Receita de golpe contra a democracia por ter chamado para votação a proposta do governo no dia 30, apesar de esta ter sido rejeitada por 99% dos auditores na semana anterior. Também não vi os advogados e procuradores serem chamados de antidemocráticos, mesmo tendo rejeitado a proposta no dia 28 e colocado para uma segunda votação no dia 29 (quando aceitou).
Não precisamos ir tão longe para saber que reavaliar uma questão em votação não é um golpe contra a democracia. Havia uma decisão de assembleia que não permitia assembleias conjuntas do Sinal-SinTBacen-Sindsep-DF. Apesar disto o SinTBacen, e posteriormente o Sindsep-DF, colocaram para uma segunda votação a matéria e a assembleia aprovou e eles passaram a compor a assembleia geral do Sinal.
A atual gestão acredita ter trabalhado para mobilizar os servidores e ter feito as negociações de forma adequada e transparente. Opiniões divergentes de filiados devem sugerir ações propositivas. A esse propósito, a eleição em abril de 2013 ensejará a oportunidade de renovar e formar um grupo mais afinado com sua estratégia para a campanha salarial no próximo ano. Aos não filiados peço que se filiem. Todos admiram a capacidade de atuação dos auditores da Receita, mas não percebem que o espírito de ação coletiva na Receita é muito maior que dos servidores do Banco Central, o que se reflete no grau de filiação sindical: 98% dos servidores da ativa da Receita são filiados ao Sindifisco e apenas 25% dos servidores da ativa do Banco em Brasília são filiados ao Sinal.
A luta pela defesa do servidor do BCB e da instituição que compomos continua agora, em 2013 e nos anos subsequentes. No entanto, para alcançarmos resultados melhores vamos precisar de um grau de participação e de mobilização maior. Não vai adiantar estar do lado dos auditores da Receita para conseguirmos um reajuste em 2013. O que alcançarmos, dependerá de nós, servidores do Banco Central.
José Ricardo da Costa e Silva
Presidente Sinal-DF
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