terça-feira, 2 de outubro de 2012

Delegados de Brasília na 25ª. E agora? “Calar por dentro”; “Consenso” do sindicato diferente do “consenso” da categoria; Reação à participação de divergentes; Como mudar?



Por Marcio Antonio Estrela


Já fui muito a AND para “lutar”. Foi assim na questão do voto eletrônico etc.

Agora vou menos para “lutar” e muito mais para tentar “plantar”.

Para “plantar” hoje o futuro que se quer construir no amanhã.

É difícil. A visão de curto prazo permeia as discussões e delineia os conflitos.

Não acredito que se conseguirá promover “revoluções” de curto prazo.

Mas acho possível discutir aonde se quer estar no futuro e, aí, definir o que se pode fazer para chegar lá!

As reações às mudanças e a questionamentos de fundo são fortes no meio sindical, AND inclusive.

Dificilmente se consegue promover uma grande mudança na AND (os divergentes tendem a ser diluídos).

Mas... se consegue COMEÇAR uma mudança na AND.

Com participação maciça de todos de forma que o “consenso do sindicato” seja o mais próximo possível do “consenso da categoria”.

“Calar por dentro”:

Tem-se de ter muito cuidado com a estratégia de se tentar “calar por dentro”.

Isso consiste em:

i. Levar os contestadores para dentro de um grupo/fórum no qual os contestadores necessariamente serão minoria e o status quo tenha assegurado a maioria.

ii. Emanar decisões no grupo/fórum contra o que defendem os contestadores.

iii. Passar a cobrar dos contestadores aceitação das decisões emanadas no grupo/fórum.

iv. Exigir que os contestadores não mais questionem externamente as decisões tomadas no grupo/fórum e que toda crítica/questionamento passe a ser feita exclusivamente dentro do grupo/fórum.

Para essa estratégia funcionar é importante que o status quo tenha previamente assegurado que os contestadores serão minoria naquele grupo/fórum (para o status quo pouco importa se os contestadores representam uma maioria da categoria, o importante é assegurar que os contestadores sejam minoria no grupo/fórum que tomará as decisões em nome da categoria).

E os sindicatos, AND inclusive, é o espaço perfeito para isso!

“Consenso” do sindicato diferente do “consenso” da categoria:

Sim, como a categoria pouco liga para o sindicato, abre a possibilidade para que um “grupo específico” ocupe o espaço.

Assim, a amostra estatística que ocupa o sindicato certamente não será representativa da categoria que pretende representar.

Ou seja, o “consenso” que emerge do sindicato certamente será diferente do “consenso” que se obteria da categoria (ou, o mais próximo possível de um consenso) porque a média de opiniões dos poucos que participam do sindicato se desvia muito do que seria a média de opiniões da categoria (O “DESVIO PADRÃO” É ELEVADÍSSIMO).

Exemplificando: se a categoria é majoritariamente eleitora do Chiquinho, mas nem liga para o sindicato, e só eleitores do Zequinha participam do sindicato, os sindicalistas serão majoritariamente eleitores do Zequinha e poderão, até, emitir manifestações de que a categoria apoia o Zequinha (mesmo a categoria preferindo o Chiquinho!)!
Isso já aconteceu no Sinal quando dirigentes deram entrevistas afirmando que os servidores do BCB eram contra a autonomia do BCB, que defendiam o “fora FMI”, a retirada das tropas brasileira do Haiti etc.

Reação à participação de divergentes:

É importante saber que alguns que estão no “espaço sindical” regem mal quando a atuação de novas figuras são permeadas por estratégias que, ao buscarem aproximar o consenso do sindicato do consenso da categoria, acabam por limitar a margem de manobra deles (ou seja, ao mostrar que a categoria vota no Chiquinho, o sindicalista não poderá mais declarar que a categoria prefere o Zequinha).

Não querem ser limitados. Dizem que ao terem sido eleitos ganharam o direito de falar pela categoria (mesmo contra a vontade da categoria...), que quem quer consultar todo o tempo a categoria é porque não têm a confiança e respaldo da categoria...

Como mudar?

Com participação maciça de todos de forma que o “consenso do sindicato” seja o mais próximo possível do “consenso da categoria”.

Mas enquanto isso não acontece, enquanto poucos participam, o consenso do sindicato seguirá muito diferente do da categoria.

Resumindo:

O consenso dos participantes na AND segue diferente do que seria um “consenso da categoria”.
As reações às mudanças e a questionamentos de fundo são fortes.
Dificilmente se consegue promover uma grande mudança (os divergentes tendem a ser diluídos).
Mas... se consegue COMEÇAR uma mudança.

Detalhe:

Para participar bem é fundamental conhecer o estatuto e regimento do Sinal e da AND (senão, tudo que se propuser de mudanças de fundo será invalidado por questões burocráticas).

Estrela, delegado eleito por Brasília, participante do “Por um novo consenso”. 02/10/2012.




Os 15 eleitos pelo Sinal/DF são:

Nome Votos

1. Cleide Martins Silva (“por um novo consenso”) 177

2. Max Meira 161

3. Rita Girão (“por um novo consenso”) 153

4. Marcio Antonio Estrela (“por um novo consenso”) 150

5. Luiz Carlos Carvalho Caceres 134

6. Auriel Eleutério Marques Júnior 130

7. Henrique Seganfredo (“por um novo consenso”) 119

8. Carlos Tadeu Pimenta 114

9. Marcos Enéas Silva 113

10. Sérgio André Alves da Silva (“por um novo consenso”) 108

11. Christian Pilz 106

12. José Manoel Rocha Bernardo 105

13. Fernando Covelli Benelli(“por um novo consenso”) 105

14. Gustavo França de Seixas Duarte (“por um novo consenso”) 100

15. Anderson Heringer Werner (“por um novo consenso”)  98





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