sábado, 29 de maio de 2010

Daguinha: Por que estou me desfiliando da ASBAC

Caros colegas,
solicitei a divulgação da carta abaixo, assim como dos dois anexos, na semana em que os funcionários da ASBAC estavam em greve, porém não foi divulgada porque dependia do meu cadastramento na Starnet. Apenas as redes do Rio e Fortaleza divulgaram.
Reitero meu pedido agora, na certeza de que minha mensagem será recebida por um grande número de colegas.
Um grande abraço,
Daguinha.
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Aos colegas do Banco Central,

É com muito pesar, mas acreditando que essa minha atitude
provocará um momento de reflexão nos colegas, sócios ou não da
Asbac, que comunico meu desligamento do quadro social da nossa
entidade sócio-recreativa, a partir de hoje, e as razões que me
levaram a esta decisão.

Ingressei-me na associação em 1974, quando tomei posse no Banco
Central, e sempre acompanhei a história do clube, mais de longe ou
bem de perto quando por duas vezes atuei como gerente sociocultural.

No ano passado participei de uma das chapas que concorreram para a
eleição dos novos administradores do clube, motivada pela vontade
de, junto com os demais membros, dar um salto de modernidade na forma
de gerenciar e tornar o clube mais dinâmico e atrativo para os
associados nas suas diversas áreas de interesse.

Durante a campanha pude constatar que vários associados não
frequentam o clube, não sabem quem o está administrando e,
principalmente, não sabem “como” o estão administrando. A
maioria nem sequer vota (a média dos votantes gira em torno de 1/3
dos associados). Continuam sócios em nome de um passado, da
lembrança boa de um clube que fez parte da infância dos seus
filhos.

Porém essa atitude não os torna menos responsáveis. Não votando
endoçam a escolha de quem votou.

Meu desligamento é um desabafo, uma forma de reagir e mostrar para
os colegas que não concordo com a maneira como estão administrando a
Asbac.

Qualquer gerente moderno sabe que a eficiência e o bom desempenho
de uma empresa está ligada diretamente à motivação e
satisfação dos seus funcionários.

A ausência de um plano de carreira, de cursos de aperfeiçoamento,
e, principalmente, de diálogo entre administradores e funcionários,
ameaças de corte de direitos conquistados, decisões mesquinhas e
pequenas como cortar o café da manhã, tradicionalmente oferecido
aos funcionários (era apenas um pão com café, despesa
insignificante diante do valor social de congraçamento e
integração do grupo), caracterizam a forma retrógrada de
administrar o clube.

Aproveito a oportunidade para denunciar um ato antidemocrático e
ilegal ocorrido durante o período da campanha de 2009, com a
emissão da Resolução Ad-Referendum do Conselho de Administração
da Asbac número 142/2009, datada de 21 de setembro de 2009,
proibindo empregados e arrendatários do clube de se manifestarem e
participarem da campanha eleitoral, sob pena de serem sumariamente
demitidos, no caso dos funcionários, ou terem seus contratos
rescindidos unilateralmente, no caso dos arrendatários. (vide
resolução em anexo)

Este documento pretendeu abafar o sentimento geral de
insatisfação que reinava entre os funcionários que viram nas
eleições uma possibilidade de mudança.

Mas com a vitória no pleito, provaram que não era só ameaça. Em
fevereiro, depois de empossados, tomaram uma decisão administrativa
que chocou todo o corpo de funcionários e todos aqueles que
conheciam a Meire - Rosemary Dias Pinheiro de Melo - dentro e fora do
Banco.

Demitiram a Meire sem justificativas, sem explicações e,
incoerentemente, forneceram a ela uma carta de apresentação,
declarando que “a mesma sempre pautou pela pontualidade,
honestidade em seu setor de trabalho e digna de uma grande
responsabilidade.” e que “não há documento que possa desabonar
sua conduta moral, profissional e/ou pessoal”. (vide declaração
em anexo).

Funcionária há mais de 25 anos, reconhecida por todos como
exímia no seu trabalho, com um histórico funcional impecável,
ocupava ultimamente o cargo de gerente sociocultural, responsável
pela secretaria e toda a movimentação social do clube. Colaborava
também nos eventos da associação dos aposentados – Abace, tendo
inclusive sido homenageada na festa dos aposentados realizada no
Banco Central em outubro de 2009.

Trabalhei diretamente com a Meire nas duas vezes em que fui gerente
da área sociocultural da Asbac e pude comprovar sua competência,
disponibilidade e dedicação acima da média.

Tudo nos leva a concluir que a decisão de sua demissão teve
motivação meramente política, considerando que a referida
funcionária demonstrava maior simpatia à chapa concorrente na
época da campanha.

Esta decisão certamente trouxe prejuízo financeiro à
associação, visto tratar-se de funcionária com mais de 25 nos de
trabalho, demitida sem justa causa. Porém o maior prejuízo está
sendo sua ausência no corpo de funcionários da Asbac. Dificilmente
conseguirão substituir à altura uma funcionária com tanta bagagem,
seriedade e competência.

Atitudes autoritárias, repressivas e restritivas, e mais
rescentemente a negativa de receber e negociar com a entidade de
classe dos empregados, acabaram por provocar uma grande indignação
e justificam o movimento de greve iniciado esta semana. A presença
maciça dos funcionários na porta do Banco demonstra a gravidade da
situação.

Aproveito para fazer um apelo à área competente do Banco Central:
que estabeleçam rotinas de acompanhamento dos trabalhos dos
administradores da Asbac, que realizem auditorias periódicas e,
ainda, que cobrem uma prestação de contas tornando transparente a
atuação dos seus gerentes.

No momento não tenho motivos para continuar associada.

Espero ter motivação para retornar um dia.
Brasília, 07 de maio de 2010.

Dagna Maria Magalhães Silva

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